A independência financeira da mulher é fundamental e incentivos para isso são necessários
Patrícia Lindner* Publicado em 01/11/2024, às 06h00
Historicamente, a independência feminina é um processo complexo e multifacetado, que se desenrolou ao longo de séculos e em diferentes contextos culturais. Embora tenham sido feitos progressos notáveis, a busca pela plena igualdade continua exigindo o compromisso de todos na construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Quando pensamos em ambiente corporativo e carreira profissional, então, as mulheres enfrentam barreiras significativas que, na maioria das vezes impedem o seu crescimento, como discriminação de gênero, preconceito de fragilidade, além da desconfiança sobre a performance na empresa junto com os desafios de cuidar da casa e dos filhos simultaneamente.
Buscando cada vez mais o protagonismo de suas vidas, as mulheres passaram a optar por empreender e são responsáveis por uma marca histórica de 10,3 milhões de donas de negócios no país, ou mais de 34% do total de empreendedores1. Esses números poderiam ser ainda maiores, não fossem fatores como a falta de histórico bancário, informalidade e outros problemas que dificultam o acesso ao crédito necessário para dar os primeiros passos do próprio negócio, especialmente para as mulheres de classes mais desfavorecidas.
Assim, a busca por crédito revela que a falta de garantias e uma rede de contatos menor, em comparação com seus colegas masculinos, podem resultar em um ciclo de subfinanciamento, limitando o potencial de crescimento e inovação. Como consequência, muitas mulheres deixam de conquistar a independência, proporcionar um futuro melhor para suas famílias e fomentar o desenvolvimento do Brasil.
A necessidade de inclusão para esse público vai além do acesso ao crédito puramente. Essas mulheres, ao obter recursos financeiros sem restrições injustas, recebem em troca a oportunidade de iniciar ou expandir seus negócios, melhorar sua autonomia financeira e ser protagonistas de suas vidas e das suas escolhas.
Dessa forma, as empresas que viabilizam o acesso delas ao crédito passam a combater desigualdades históricas e construir um cenário no qual mulheres e homens possam ter as mesmas chances de sucesso profissional.
Não à toa, diversas companhias passaram a desenvolver programas especiais para esse público, oferecendo facilidades, parcelamentos mais atrativos e benefícios voltados para a saúde da mulher, como o ultrassom de mama, para prevenir o câncer de mama, a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil.2
O empreendedorismo proporciona flexibilidade, permitindo que as mulheres conciliem suas responsabilidades profissionais e pessoais. Isso é especialmente importante em contextos em que a mulher ainda precisa realizar outras tarefas, como no cuidado de filhos e familiares.
Isso representa também um grande ganho para a economia local e do país. Mulheres empreendedoras geram empregos e trazem perspectivas e inovação para o mercado, enriquecendo a economia como um todo.
Portanto, incentivar o empreendedorismo feminino, além de fortalecer a economia, também cria modelos positivos para futuras gerações, ensinando-as a buscar suas paixões, superar desafios e a lutar pelo fim dos estereótipos de gênero, desafiando a ideia de que determinadas áreas são exclusivamente para homens. Esse processo de desconstrução é essencial para criar uma sociedade mais respeitosa e igualitária.
*Patrícia Lindner é superintendente da operação de veículos leves da Omni. Formada em Administração e Direito, é especialista em Gestão de Negócios e embaixadora do Programa ELAS – uma iniciativa que oferece vantagens exclusivas para mulheres.
Referências:
1 - https://agenciasebrae.com.br/cultura-empreendedora/brasil-alcanca-marca-historica-de-mulheres-a-frente-de-empreendimentos/
2 – Instituto Nacional do Câncer – INCA. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/dados-e-numeros/mortalidade#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20mama%20%C3%A9,%2F100.000%20mulheres%2C%20em%202021.
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