Mariana Kotscho
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Especialistas alertam sobre malefícios dos energéticos para jovens e adolescentes

Médicas recomendam os jovens evitarem completamente o consumo de energéticos

Redação* Publicado em 11/04/2024, às 06h00

Entenda os potenciais riscos associados as bebidas energéticas
Entenda os potenciais riscos associados as bebidas energéticas

O consumo de bebidas energéticas por adolescentes e jovens tem sido objeto de preocupação crescente entre especialistas de saúde, que destacam os potenciais riscos associados a essas bebidas. A Dra. Thais Mussi, Endocrinologista e Metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Dra. Anna Dominguez Bohn, Pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), discutem os efeitos prejudiciais do uso excessivo de energéticos nessa faixa etária.

As especialistas destacam que os ingredientes comuns encontrados em bebidas energéticas, como cafeína, taurina, açúcares e outros estimulantes, podem ter impactos negativos significativos no organismo, especialmente quando consumidos em excesso. "A cafeína, por exemplo, pode causar palpitações cardíacas, tremores, insônia e ansiedade, enquanto a taurina pode contribuir para efeitos colaterais cardiovasculares e neurológicos. Além disso, o alto teor de açúcares pode levar a problemas metabólicos, como obesidade e diabetes", explica a Dra. Thais.

Ela ressalta que o consumo dessas bebidas pode ser ainda mais prejudicial para crianças e adolescentes devido à sua menor tolerância aos estimulantes e ao potencial impacto negativo no desenvolvimento físico e cognitivo. Segundo ela, o consumo excessivo de cafeína em jovens pode interferir no sono, causar ansiedade e afetar o crescimento, além de contribuir para problemas comportamentais e de aprendizagem.

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"Sono de pior qualidade em um cérebro em desenvolvimento pode ter consequências permanentes. Existem até mesmo relatos de morte súbita e convulsões associadas a esse uso intenso", reforça Dra. Anna.

Em sua visão, há ainda consequências como cáries e doenças metabólicas, além de inúmeros impactos à saúde mental, como agitação, ansiedade e piora da concentração.

As médicas também enfatizam que tomar bebidas energéticas logo cedo, muitas vezes em jejum, pode aumentar os riscos de problemas gastrointestinais, agitação e piora da concentração, afetando o desempenho escolar e o rendimento do aprendizado.

Além disso, aos que procuram selecionar marcas menos prejudiciais, as especialistas avisam que não há marcas melhores para a saúde, mas existem opções "menos piores". A Dra. Thais sugere avaliar o teor de cafeína, açúcares e outros ingredientes potencialmente prejudiciais. “Optar por versões sem açúcar ou com adoçantes naturais pode ser uma alternativa mais saudável", avalia.

Por fim, a recomendação é que o consumo de energéticos seja esporádico e em caráter de exceção, evitando torná-lo um hábito diário. Para crianças e adolescentes, as diretrizes recomendam evitar completamente o consumo dessas bebidas. "É importante conscientizar os familiares e trazer também a responsabilidade de que pais são modelo e devem refletir sobre seu próprio consumo para poder orientar e sedimentar o que é falado", orienta a Dra. Anna.