Mariana Kotscho
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Obesidade Mórbida Infantil: condição pode afetar mais de 7 milhões de crianças brasileiras até 2030

Endocrinologista alerta para hábitos que contribuem para o ganho de peso e os problemas de saúde de crianças com obesidade mórbida

Redação Publicado em 03/06/2023, às 08h00

A obesidade é uma condição complexa com origens que podem ser atribuídas a diversos fatores
A obesidade é uma condição complexa com origens que podem ser atribuídas a diversos fatores

Celebrado anualmente em 3 de junho, o Dia de Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil tem como objetivo alertar a população sobre os riscos e formas de prevenção da doença. Dados do relatório mundial da obesidade apontam que, até 2030, o mundo passará por uma pandemia do problema e o Brasil terá 7,7 milhões de crianças em este diagnóstico. O documento relata ainda que cerca de 23% das crianças entre 5 e 9 anos e 18% dos adolescentes de 10 a 19 anos também serão afetados.

Segundo a endocrinologista pediátrica Dra. Andreza Juliani Gilio, a obesidade é uma condição complexa com origens que podem ser atribuídas a fatores políticos, econômicos, sociais, culturais e genéticos. “Um dos agravantes mais notáveis tem sido a alimentação das crianças, que ao invés de conter alimentos saudáveis, como frutas, verduras e itens minimamente processados, está sendo composta, desde os primeiros anos de vida, por alimentos ultraprocessados, com grande quantidade de açúcar, sal, gorduras e aditivos químicos. Estes, consequentemente além de prejudicar o funcionamento de todo o organismo, podem favorecer o ganho de peso”.

O sedentarismo é outro aspecto apontado por Dra. Andreza como de grande influência para o desenvolvimento de quadros de obesidade. “A recomendação nestes casos é evitar que as crianças passem longos períodos em frente a televisão, videogames e demais atividades que limitem a sua mobilidade. A infância precisa ser um momento de brincar, correr, pular corda e praticar os mais diversos esportes, hábitos que não apenas contribuem para exercitar o corpo, mas também ajudam na socialização dos pequenos junto às outras crianças.”

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Diante desse cenário, a endocrinologista pediátrica alerta que a má alimentação e a falta de atividades físicas também podem fazer com que crianças e adolescentes com obesidade possuam um risco aumentado para o desenvolvimento de vários problemas. “Condições respiratórias, hipertensão, diabetes e até mesmo maior chance de alterações ortopédicas são algumas possibilidades. Além, é claro, da maior exposição ao bullying, que pode provocar efeitos psicológicos, como baixa autoestima, isolamento social, transtornos alimentares, depressão e ansiedade”.

A especialista ainda recomenda que além das medidas individuais incentivadas pelos pais, também é imprescindível o acompanhamento pediátrico desde o nascimento. “Assim, o profissional será capaz de orientar sobre adoção de práticas necessárias para o combate à obesidade infantil e a necessidade de buscar um endocrinologista pediátrico, além de contribuir na prevenção e diagnóstico de doenças que também possam ser responsáveis por ganho de peso.”