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Dia Mundial e Nacional do Diabetes: um alerta para 20 milhões de brasileiros que convivem com a doença

Milhões de brasileiros têm diabetes. Endocrinologista fala da importância de se atentar aos fatores de risco para o desenvolvimento do problema

Redação Publicado em 14/11/2024, às 06h00

A diabetes precisa ser controlada
A diabetes precisa ser controlada

Neste 14 de novembro, Dia Mundial e Nacional do Diabetes, venho reforçar a importância de cuidarmos de nossa saúde, especialmente diante de uma doença que impacta cerca de 20 milhões de brasileiros, ou 10,2% da população, segundo dados do IBGE e do Vigitel Brasil. Mais do que uma data marcada no calendário, este dia é um convite à conscientização e à ação. O diabetes é um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil e precisa de nossa atenção coletiva.

Prevenção e diagnóstico precoce são cruciais. Isso porque qualquer um de nós pode desenvolver diabetes. As estatísticas são alarmantes, mas não são um destino inevitável. Conhecer os fatores de risco, como histórico familiar, sedentarismo, obesidade, hipertensão arterial e idade acima de 45 anos, é um passo essencial. Esses riscos, tão presentes no dia a dia de muitas pessoas, podem ser minimizados por escolhas de vida mais saudáveis.

Outra questão que sempre gosto de ressaltar é a importância de estar atento aos sintomas. O diabetes pode se manifestar de diversas maneiras: fome frequente, sede intensa, desânimo, fraqueza, sonolência, tontura, perda de peso, urina em excesso, dificuldades na cicatrização de feridas e infecções recorrentes. Não ignorar esses sinais é fundamental. Eles podem ser o alerta que seu corpo envia de que algo não está bem.

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É importante lembrar que o diabetes não é uma doença única. Existem tipos distintos, como o Tipo 1, que é autoimune, e o Tipo 2, mais prevalente em adultos e idosos, e que surge pela resistência à insulina. O diabetes gestacional, associado a alterações hormonais na gravidez, e o pré-diabetes, onde os níveis de açúcar no sangue são elevados, mas ainda não configuram a doença, também merecem atenção. Cada caso requer uma abordagem específica, e é por isso que o diagnóstico correto, feito por meio de exames de sangue simples e rápidos, é tão relevante. Uma avaliação médica periódica pode salvar vidas.

Mas há boas notícias: a prevenção e o controle do diabetes estão ao nosso alcance. Escolhas diárias, como uma alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas, podem fazer uma diferença enorme. Alimentos in natura e minimamente processados — frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras — são nossos maiores aliados na estabilização da glicose no sangue e no fortalecimento da saúde metabólica.

Movimentar o corpo, por outro lado, não só controla a glicemia e mantém um peso saudável, mas também reduz o estresse, outro fator que pode agravar o diabetes. Peço que você reflita sobre como essas pequenas mudanças no dia a dia podem se traduzir em uma vida mais longa, saudável e com mais qualidade.

No Dia Mundial do Diabetes, além das campanhas de conscientização em todo o Brasil, o Senado promoverá uma sessão especial para destacar a importância das políticas públicas no enfrentamento dessa doença. É um momento de união. Precisamos, como sociedade, garantir que diagnósticos sejam feitos precocemente e que todos tenham acesso a tratamentos eficazes.

Instituições importantes como a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Instituto Diabetes Brasil, a Frente Parlamentar do Diabetes e a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes estarão presentes. Essa união é um lembrete de que o combate ao diabetes exige esforços individuais e coletivos.

O combate ao diabetes exige engajamento tanto individual quanto coletivo. Neste dia, reforça-se a mensagem de que, por meio de escolhas saudáveis, acompanhamento médico e apoio de políticas públicas, é possível garantir um futuro mais saudável para milhões de pessoas. A conscientização é um passo fundamental, mas a ação contínua é o que trará mudanças concretas na saúde da nossa população.

*Dra. Nathalia Ferreira é Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Dra. Nathalia Ferreira possui Mestrado em Endocrinologia na USP de São Paulo e o título de Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Além disso, a médica possui ainda um curso de Especialização em Ultrassonografia de Tireoide e se apresenta como a autora de dois Ebooks: “Mãe, estou virando mocinha?” e “Receitas saudáveis e práticas”.