Sinais de alerta no desenvolvimento da linguagem infantil
Quando é hora de procurar ajuda de um fonoaudiólogo para entender como está o desenvolvimento da linguagem da sua criança
Redação Publicado em 28/03/2025, às 06h00
Cada criança tem seu próprio desenvolvimento - pexels
O desenvolvimento da linguagem é um marco fundamental na vida das crianças, mas identificar quando algo está fora do esperado nem sempre é fácil. Segundo a fonoaudióloga materno-infantil Eliza Carvalho, os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento da comunicação, e sinais de alerta não devem ser ignorados.
“Cada criança tem seu ritmo, mas existem marcos de desenvolvimento que precisam ser respeitados. Quando a criança não atinge esses marcos dentro de uma faixa de tempo considerada normal, pode ser um indicativo de atraso na linguagem”, explica Eliza.
Entre os sinais mais comuns, ela destaca a ausência de balbucio até os seis meses, a dificuldade em formar palavras simples como ‘mamá’ ou ‘papá’ por volta de um ano, e a falta de frases curtas a partir dos dois anos. “Se a criança tem pouco interesse em se comunicar, não responde quando chamada ou não tenta repetir sons e palavras, é importante procurar um fonoaudiólogo para uma avaliação detalhada”, orienta.
Eliza enfatiza que identificar e tratar atrasos na linguagem o quanto antes faz toda a diferença. “O cérebro das crianças tem uma plasticidade incrível nos primeiros anos de vida, o que significa que intervenções precoces podem trazer resultados mais rápidos e eficazes. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor será a evolução da criança”, explica.
Fatores que podem interferir no desenvolvimento da linguagem
A fonoaudióloga explica que questões como problemas auditivos, estímulo inadequado ou mesmo fatores genéticos podem influenciar no ritmo de desenvolvimento. “Algumas crianças podem ter dificuldade de escutar sons de baixa intensidade, e isso impacta diretamente na aquisição da fala. Por isso, testes auditivos são fundamentais em casos de suspeita”, ressalta Eliza.
Sinais de alerta no desenvolvimento da linguagem
Até 6 meses: Não reage a sons ou não emite balbucios.
Até 12 meses: Não aponta para objetos, não tenta imitar sons ou palavras.
Até 2 anos: Dificuldade em formar frases simples ou uso de menos de 50 palavras.
Até 3 anos: Discurso pouco compreensível para familiares ou dificuldade em montar frases mais completas.
Em qualquer idade: Falta de interesse em se comunicar ou dificuldade em manter contato visual.
Dicas para estimular a linguagem em casa
Eliza recomenda que os pais estimulem a fala das crianças com pequenas ações diárias:
Converse com frequência: “Mesmo que o bebê ainda não fale, ele está aprendendo. Falar sobre o que está acontecendo ao redor é um ótimo estímulo”, sugere.
Leia histórias: “A leitura é uma ferramenta poderosa para ampliar o vocabulário e ensinar a estrutura das frases”, destaca.
Evite telas em excesso: “O uso exagerado de telas prejudica a interação social, que é fundamental para o desenvolvimento da linguagem”, alerta.
Incentive a interação: “Brincadeiras que envolvem diálogo e troca ajudam muito. Perguntar e esperar a resposta, mesmo que seja com gestos, é um estímulo essencial”, orienta.
Por fim, Eliza Carvalho reforça a importância de confiar na intuição dos pais. “Se você sente que algo não está certo, procure um especialista. O acompanhamento fonoaudiológico não apenas trata atrasos na linguagem, mas também orienta as famílias sobre como estimular a comunicação no dia a dia.”