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Língua presa em bebês: dicas de como lidar

A especialista Flávia Puccini destaca a importância da amamentação, fisioterapia e acompanhamento humanizado para tratar língua presa em recém-nascidos

Redação Publicado em 07/01/2025, às 06h00

Teste da Linguinha têm sido essencial para o diagnóstico precoce da língua presa
Teste da Linguinha têm sido essencial para o diagnóstico precoce da língua presa

Lidar com a língua presa em bebês, conhecida cientificamente como anquiloglossia, pode ser um desafio para mães, principalmente quando envolve questões como amamentação e desenvolvimento oral. Segundo um estudo da Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 4% a 10% dos recém-nascidos no Brasil apresentam algum grau de língua presa, o que reforça a importância de abordagens adequadas para tratar a condição.

A especialista em pediatria e cuidados materno-infantis Flávia Puccini destaca que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para evitar dificuldades no aleitamento, na fala e na alimentação. No Brasil, iniciativas como o Teste da Linguinha, que é obrigatório em maternidades públicas e privadas, têm sido essenciais para o diagnóstico precoce da língua presa. De acordo com a Associação Brasileira de Fonoaudiologia, o teste é realizado ainda nas primeiras horas de vida e ajuda a identificar casos que podem necessitar de intervenção precoce.

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Dicas de como lidar com a língua presa em bebês

1. Opte por um atendimento humanizado
O momento do diagnóstico e a decisão sobre o tratamento exigem cuidado e confiança. Segundo a Dra. Puccini, o ambiente hospitalar nem sempre é o mais indicado para realizar o procedimento de frenectomia (corte do freio da língua). “É essencial escolher um profissional capacitado que respeite as necessidades do bebê e adote uma abordagem humanizada, priorizando a segurança e o conforto da criança”, explica.

2. Amamentação como aliada
A língua presa pode impactar diretamente na pega do bebê durante a amamentação. Dados do Ministério da Saúde revelam que até 16% das mães brasileiras enfrentam dificuldades para amamentar devido a problemas como a anquiloglossia. Para a Dra. Puccini, insistir na amamentação com orientação profissional pode prevenir complicações como baixa ingestão calórica e desidratação. “Mesmo com a língua presa, João Pedro conseguiu mamar desde o início, o que foi essencial para sua saúde”, afirma uma mãe que seguiu o tratamento recomendado.

3. Aposte na fisioterapia antes e depois da cirurgia
A fisioterapia orofacial é uma aliada poderosa para preparar o bebê antes da frenectomia e auxiliar na recuperação pós-cirúrgica. “A liberação de tensões orais e corporais antes do procedimento reduz o desconforto e melhora os resultados”, afirma Dra. Puccini. Após a cirurgia, a continuidade da terapia é igualmente importante para garantir o desenvolvimento correto da musculatura oral.

4. Esteja atenta aos sinais do bebê
Observar o comportamento do bebê é essencial para identificar a necessidade de intervenção. A especialista alerta que sinais como dificuldade na pega, sucção fraca, irritabilidade e ganho insuficiente de peso podem indicar a presença da língua presa.

5. Acompanhamento multidisciplinar é essencial
“Tratar a língua presa vai além da cirurgia. O suporte de profissionais como fonoaudiólogos e fisioterapeutas garante que o bebê tenha um desenvolvimento saudável e sem complicações”, ressalta a Dra. Puccini.

6. Informação é poder
A anquiloglossia pode gerar ansiedade em muitas mães, mas a informação correta é o principal remédio. Participar de consultas regulares e buscar orientação com especialistas qualificados são passos fundamentais para lidar com a situação.

Com empatia e cuidado, Flávia Puccini reforça: “Cada bebê é único, e o tratamento deve respeitar as necessidades individuais. Seguir o instinto materno, aliado ao suporte profissional, é o caminho para superar os desafios da língua presa e garantir o bem-estar dos pequenos”, conclui.

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