Médica explica o funcionamento desse hormônio e a sua importância para o organismo
Redação Publicado em 21/06/2023, às 10h00
Popularmente conhecido como “hormônio do estresse”, o cortisol tem tido o seu nome popularizado nas redes sociais, seja através de relatos, piadas ou pelos mais variados tipos de memes. Contudo, a médica radiologista, pós-graduada em Nutrologia e medicina funcional integrativa Dra. And Yara Gelmini explica que essas situações têm gerado uma falsa interpretação do hormônio, que precisa ser combatida.
Muitas pessoas associam o cansaço e a exaustão do dia ao excesso de cortisol, mas o que a maioria não imagina é que todos nós temos um ritmo circadiano desse hormônio e que sua produção é essencial para o nosso próprio despertar. Noites mal dormidas, dificuldade de iniciar o sono, ou até mesmo uma alimentação exagerada no período noturno podem desequilibrar à produção entre cortisol e melatonina, interferindo no dia a dia de todos nós”, diz Dra. And Yara.
Segundo a especialista, a substância surge para preparar o organismo para um cenário que está por vir, ou seja, ela estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos, acelera os batimentos cardíacos e aumenta a produção de glicose a fim de alertar o corpo em caso de uma emergência. “Dessa forma, a intensidade do estresse nunca determina a quantidade em si de forma isolada de cortisol, pois a liberação do hormônio pode ocorrer como consequência da situação, ocasionada por diferentes motivos”.
Dra. And Yara também explica que o desejo de não ter cortisol no organismo, muito atestado por relatos da internet, é outra informação que precisa ser comentada, já que isso está associado a uma doença rara e autoimune chamada insuficiência da glândula adrenal. Os altos níveis de cortisol, no entanto, correspondem a Síndrome de Cushing. “Ambos os casos surgem com outros sintomas em partes do corpo envolvidas na produção e liberação do cortisol. Um especialista será capaz de avaliar a situação e fornecer um adequado diagnóstico”
Como saber se o cortisol está desregulado
O nível de cortisol em indivíduos saudáveis varia de 6 até 20 mcg/dL (a medida usada é micrograma por decilitro de soro ou plasma). Porém, medir o cortisol em laboratório também não serve para indicar o nível de estresse de nenhum indivíduo, já que esse tipo de diagnóstico pode ser obtido de forma clínica, ou seja, por meio de uma conversa com o médico responsável sobre o que tem desencadeado situações enervantes no dia a dia. “Lembrando ainda que a automedicação nunca é a solução, pois pode mascarar alguns sintomas e ocultar a verdadeira doença, causando outros problemas de saúde”, explica a especialista.
Quando há uma suspeita de desequilíbrio entre o cortisol, o melhor exame a se fazer é a curva do cortisol salivar, coletada em 3 amostras, no intuito de compreender o consumo e a produção desse hormônio no indivíduo.
Diante desse cenário, Dra. And Yara orienta que ao notar alterações no organismo devido a picos de estresse ou quaisquer tipos de fadiga, um especialista deve ser consultado. “Para se sentir menos estressado, a dica é fazer mudanças no estilo de vida que ajudem a controlar o impacto do estresse no corpo humano. Adotar uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas, meditar e evitar situações que provoquem nervosismo podem ser um bom começo”.
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