Menopausa precoce: quando é a hora de iniciar a reposição hormonal?

Recentemente, uma série de notícias vem chamando a atenção da mídia e redes sociais com relatos de mulheres que identificaram e estão passando pela menopausa precoce, processo que ocorre muito antes dos 40 anos, quando é considerado “normal” ou esperado. Um desses casos é da TikToker Júlia Micaelly Carvalho, que precisou tirar os dois ovários e, com isso, iniciou sua menopausa precoce aos 16 anos; outro é da a influencer Duda Riedel, que teve sua última menstruação aos 25 como consequência de um efeito colateral da quimioterapia.

Um estudo da Phenology destaca alterações de humor, ansiedade e irritabilidade são alguns dos sintomas mais prevalentes no início do climatério, em comparação com os estágios posteriores da menopausa. Entre as mais de 30 mil entrevistadas, 72% delas se queixam de alterações de humor, porém 50% não tratam os sintomas, mesmo que existam em todo o mundo uma série de soluções acessíveis. Isso pode ser o resultado de não saberem que o que estão vivendo é a menopausa, da falta de acesso a soluções ou da resistência em reconhecer a sua condição devido ao estigma.

Esses e muitos outros casos que têm sido cada vez mais comuns, apontam a necessidade de discutirmos a temática e, consequentemente, os tratamentos indicados para amenizar os sintomas. Neste cenário, a reposição hormonal surge como uma importante aliada e é uma das terapias disponíveis para amenizar sintomas. A terapia de reposição hormonal é uma opção de tratamento para os sintomas de quem entra nessa fase da vida antes do tempo esperado. Através da administração de hormônios, como estrogênio e progesterona, é possível aliviar os sintomas e também prevenir,a longo prazo, a deficiência hormonal.

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A menopausa precoce pode ser a causa de depressão e outras doenças psicológicas, uma vez que não afeta apenas a saúde física, mas também a emocional. Uma pesquisa feita com as usuárias da Plenapausa revela que cerca de 81% das mulheres ficam deprimidas durante este período, o que chama atenção para que os devidos cuidados sejam tomados o quanto antes. O “nevoeiro mental” é um dos sintomas menos conhecidos pelas mulheres nesta fase, mas que se apresenta de forma sutil, através da dificuldade para encontrar e lembrar palavras, se concentrar em determinadas tarefas e problemas com a fluência verbal, mesmo nas que nunca tiveram problemas parecidos anteriormente.

Discutir e tratar questões relacionadas à menopausa é crucial para proporcionar qualidade de vida às mulheres que passam por esse período de transição. Essa fase da vida pode trazer desafios físicos e emocionais significativos, e é fundamental abordar essas preocupações de forma aberta e proativa. Ao oferecer suporte, orientação e tratamentos adequados, podemos ajudar as mulheres a enfrentar os sintomas e as mudanças associadas à menopausa, permitindo-lhes viver com maior conforto e bem-estar.

*Carla Moussalli e **Márcia Cunha são fundadoras da Plenapausa, femtech brasileira focada em informar as mulheres sobre a menopausa e oferecer produtos que solucionam alguns de seus principais sintomas.