Especial mês da mulher: Entenda a importância da reconstrução mamária em mulheres com câncer de mama

Cirurgia estético-reparadora cura e resgata a autoestima de pacientes oncológicas a partir da reconstrução mamária

Redação Publicado em 01/03/2024, às 06h00

Dr. Marco Polo Rios - Foto: divulgação

A Reconstrução Mamária é realizada em mulheres após o câncer de mama para promover a restauração do formato dos seios, aparência e simetria. As mamas estão diretamente ligadas à compreensão da autoimagem das mulheres que, em sua maioria, passam por questões de introversão social e sexual após a retirada dos mesmos através da mastectomia.  “A reconstrução prejudica a amamentação na maioria dos casos, no entanto, essa intervenção visa manter a autoimagem da mulher sobre seu próprio corpo”, comenta o cirurgião plástico Dr. Marco Polo Rios, especialista em procedimentos associados.

Todas as pacientes com caso de câncer de mama são candidatas à reconstrução mamária, uma vez que a cirurgia de retirada dos tumores pode afetar a simetria dos seios por levar algum grau de mutilação, causando impacto psicossocial nesta mulher. A cirurgia estético-reparadora realizada em conjunto com a cirurgia oncológica não deve atrapalhar o tratamento do câncer, para isso a integração da equipe médica é necessária para oferecer segurança a paciente. Também é possível fazer a reconstrução tardia em caso de tumores inflamatórios, problemas clínicos ou escolha da paciente, com o uso de próteses de mama ou tecido das regiões do abdômen e dorso para a reconstrução.“É importante ressaltar que pode haver a necessidade de realizar a cirurgia na mama oposta, a fim de alcançar harmonia e simetria”, completa o cirurgião.

“O diagnóstico de câncer de mama me pegou desprevenida, não tinha casos na minha família. Logo precisei escolher entre o procedimento convencional, que tiraria o quadrante onde estava o tumor, ou tiraria as duas mamas - que foi a minha escolha”, conta a paciente Ana Lucia Fagundes sobre o processo da doença.

A paciente Ana Lucia Fagundes

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), apenas 20% das 92,5 mil mulheres que retiraram as mamas entre os anos de 2008 e 2015 passaram pelo procedimento de reconstrução. De acordo com a instituição, a reconstrução mamária imediata é viável em cerca de 90% dos casos. Desde o início dos anos 2000, a reconstrução da mama pode ser realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por mulheres com histórico de câncer de mama.

Antes de realizar a reconstrução de mamas, é necessário realizar todos os exames solicitados pelo médico cirurgião, a fim de analisar a condição geral do estado de saúde do paciente. É importante também informar ao médico quais os medicamentos de uso constante, para que analise quais precisam ser suspensos. O jejum deve ser realizado durante, pelo menos, 8 horas antes do procedimento. Além disso, o paciente não deve fumar nos dois meses que antecedem à cirurgia.

“Precisei fazer 15 sessões de radioterapia após a cirurgia. Não pude tomar sol durante 6 meses, nem mormaço, porque a pele fica muito sensível. O resultado final aparece mesmo depois de um ano e, apesar de a minha cura e a reconstrução da mama ter sido a parte mais importante, sinto que a prótese que foi colocada contribui para a minha autoestima”, conclui Ana Lucia.

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Após o procedimento, curativos ou bandagens podem ser aplicados sobre as incisões e um dreno pode ser temporariamente necessário. Por isso, é essencial seguir as recomendações médicas em relação aos cuidados necessários à região operada.

O uso de sutiã cirúrgico durante 30 dias é indispensável, assim como não levantar os braços, fazer movimentos intensos ou grandes esforços e dirigir por, pelo menos, 3 semanas, além da prática de exercícios físicos, que deve ser suspensa durante 1 mês e meio.

“Após 3 semanas, geralmente, já é possível voltar às atividades cotidianas. No entanto, esse período pode variar de paciente para paciente. Por isso, é essencial seguir as recomendações médicas”, finalizou.

 

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