Entenda como o coração reage a múltiplos infartos

O cardiologista Yuri Brasil alerta para os perigos para o coração de danos cumulativos e disfunções no sistema cardiovascular

Redação Publicado em 17/01/2023, às 06h00

O coração merece atenção especial -

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estima que, após um ataque cardíaco, as pessoas tenham um risco 20% maior de sofrer outro acidente dentro de cinco anos quando comparadas com alguém que nunca enfrentou o problema. Segundo o cardiologista Dr. Yuri Brasil, cada coração reage de uma forma diferente e o número de ataques em si, apesar de um fator grave, não é o maior problema, mas sim os danos causados ao músculo do coração.

A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias ao ponto de obstruí-las. Assim, um ataque cardíaco acontece quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação de coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo. Um infarto grave acarreta muito mais consequências à qualidade de vida do que vários que não resultam em lesões significativas”, explica Dr. Yuri.

 

O cardiologista, porém, alerta que até mesmo esses eventos podem causar disfunções recorrentes no sistema cardiovascular. “É preciso entender quais artérias foram afetadas, onde ocorreu o bloqueio e até mesmo idade e sexo do paciente para determinar a real extensão dos danos. O bem-estar pode ser prejudicado por alterações na frequência cardíaca nos anos subsequentes, além do surgimento de uma insuficiência cardíaca aguda, quando o coração não bombeia o sangue como deveria.”

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Ainda de acordo com a SBC, aproximadamente 14 milhões de pessoas no país têm alguma doença cardiovascular e cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades. Para Dr. Yuri, embora alguns estudos apontem que a taxa de sobrevivência de pessoas hospitalizadas por infartos seja de aproximadamente 95%, a falta de sinais que podem indicar o problema costuma ser o principal agravante para o óbito, pois aumenta a probabilidade de um ataque fulminante.

“O que reforça a importância em manter um estilo de vida saudável, com adequado controle de pressão alta, excesso de peso e estresse, além do abandono de hábitos danosos como o cigarro e o sedentarismo. Consultas regulares com um cardiologista também são essenciais, não apenas para evitar eventos cardíacos, mas também para entender como anda o funcionamento do coração”, orienta Dr. Yuri.

Diante desse cenário, o cardiologista explica que pacientes que sofreram infartos podem ter uma vida normal desde que recebam um tratamento adequado, que previna possíveis consequências a fim de evitar novos acidentes. A American Heart Association sinaliza ainda que a reabilitação cardíaca reduz em 47% o risco de um novo ataque. “Sempre se tratará de um processo exaustivo, mas desde que o paciente mantenha a calma e dê ao corpo o período necessário é possível uma recuperação eficiente.”

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