A fisioterapeuta Dra. Marcela Couto explica como os tratamentos para depressão refratária são aplicados
Redação Publicado em 15/09/2022, às 06h00
A depressão é uma doença psiquiátrica crônica, muito caracterizada pelas suas alterações de humor, como tristeza profunda, pessimismo e baixa autoestima. Porém, embora existam diversas terapias medicamentosas para o problema, alguns pacientes não respondem adequadamente aos tratamentos, resultando em altas dosagens de remédios, ausência de resposta ou efeitos colaterais que levam a um estilo de vida de baixa qualidade, o que coloca, inclusive, a vida da pessoa em risco. Segundo a fisioterapeuta Dra. Marcela Couto, a neuromodulação pode ser uma saída para quem lida com os desafios da depressão refratária.
Atualmente, esse distúrbio psiquiátrico é o principal foco de uso clínico da estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr), uma técnica que induz seu efeito através da indução de potenciais de ação na região do cérebro-alvo. Tais pulsos elétricos repetidos causam alterações nas conexões sinápticas de regiões específicas e aumentam ou diminuem a atividade destes locais a fim de normalizar a atividade cerebral”, explica Couto.
A especialista em reabilitação neurológica e neuromodulação ainda comenta que estudos sugerem que a provável causa da depressão é uma diminuição da atividade no córtex pré-frontal esquerdo. Dessa maneira, o uso da EMTr de alta frequência balancearia a atividade das duas áreas, o que acarretaria uma melhora clínica. “Trata-se de uma opção de tratamento não invasiva e indolor, além de não possuir nenhum efeito colateral.”
Dra. Marcela ainda explica que a neuromodulação inclui uma variedade de técnicas desenvolvidas para modular a atividade do sistema nervoso. As modalidades terapêuticas variam de acordo com o contexto clínico, a localização, a precisão, o tamanho das áreas-alvo e o efeito desejado de cada paciente. Além da EMTr, existem ainda a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) e a estimulação magnética transcraniana (EMT).
“Os tratamentos também podem ser utilizados em pacientes com ansiedade, fibromialgia, dor crônica, alucinações auditivas, zumbidos crônicos e reabilitação pós-acidentes vasculares cerebrais. Recomenda-se ainda que pacientes com outras patologias também utilizam da técnica, como aqueles que lidam com doença de Parkinson, Alzheimer e distonias”, diz a fisioterapeuta.
Já sobre as contraindicações, Dra. Marcela destaca pessoas com marcapasso, portadores de implantes metálicos na cabeça ou na face (excetos implantes dentários e aparelhos ortodônticos) e pacientes com lesões dermatológicas no local de aplicação dos eletrodos (na cabeça).
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