O nefrologista Henrique Carrascossi comenta sobre a importância em estar preparado para desafios inesperados e os cuidados com o rim
Redação Publicado em 09/03/2023, às 06h00
Com o objetivo de disseminar informações sobre as doenças renais, o Dia Mundial do Rim desse ano ocorre em 9 de março. A campanha de 2023, realizada pela International Society of Nephrology (ISN) e coordenada no Brasil pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), tem ainda como tema: “Os cuidados necessários com pacientes vulneráveis e a importância em estar preparado para desafios inesperados”.
Segundo o nefrologista Henrique Carrascossi é imprescindível que todos os setores da sociedade estejam prevenidos para lidar com situações que fujam ao controle e possam prejudicar aqueles com doenças renais. “Os últimos anos mostraram que os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde em eventos globais, como a pandemia, ou em catástrofes locais, como enchentes e desabamentos, afetaram diretamente o atendimento desses pacientes.”
Segundo a SBN, a doença renal crônica (DRC) se caracteriza pela lesão irreversível nos rins mantida por três meses ou mais. No Brasil, estima-se que mais de 10 milhões de pessoas tenham a enfermidade, com mais de 140 mil pacientes, inclusive, necessitando de diálise. “Logo, eventos imprevisíveis ou extraordinários demandam uma agenda comportamental antecipada que possa atender as urgências dessa parcela da população”, diz.
O nefrologista ainda explica que os rins são responsáveis por controlar a eliminação de líquidos e excreções, além de produzir hormônios importantes para a regulação da pressão arterial e produção de glóbulos vermelhos. “Quando um indivíduo tem a função desses órgãos prejudicada, como na DRC, as intervenções por aparelhos ou tratamentos específicos são imprescindíveis para manter não apenas os órgãos, mas todo o corpo com um desempenho adequado.”
De acordo com Carrascossi, a data também serve como alerta para a lenta progressão da doença, que permite que o organismo se adapte à diminuição da função renal. Portanto, muitas vezes a enfermidade não manifesta sintomas até que haja um comprometimento grave dos rins, com perda de até 90% de sua função. “Nesse estágio, os sinais mais comuns são: diminuição do volume e alteração na cor da urina; dificuldade de concentração; diminuição do apetite; sangue e espuma na urina; incômodo ao urinar; inchaço nos olhos, tornozelos e pés; dor lombar; anemia; fraqueza; enjoos e vômitos; e alterações na pressão arterial”, alerta Dr. Henrique.
Dessa forma, embora não exista cura para a doença renal crônica, um diagnóstico precoce possibilita um tratamento que possa retardar ou interromper a progressão do problema. “Essa prevenção pode ser feita por meio de consultas regulares com um nefrologista, que irá solicitar a realização de exames de urina para identificar a presença de albumina ou de exames de sangue para verificar alterações nos níveis de creatinina”, diz Carrascossi.
Educacional inaugura projeto de debates gratuitos para profissionais de escolas particulares
Na volta às aulas, crianças pretas e pobres ficam excluídas da pré-escola
Doenças bucais podem levar ao parto prematuro e comprometer a saúde do bebê
Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual: como combater a discriminação
O Brasil de todas as cores