Alcoólicos Anônimos mostra que é possível construir uma jornada de recuperação do alcoolismo

Programa de 12 passos mostra resultados significativos no que se refere à abstinência sustentada

Redação* Publicado em 20/02/2024, às 06h00

O alcoolismo precisa de tratamento -

A próxima semana é marcada por duas datas nacionais que chamam a atenção para o alcoolismo, uma doença incurável, progressiva e multifatorial, ainda muito estigmatizada na sociedade. No Brasil, 6 milhões de pessoas adultas bebem num padrão de consumo perigoso, com risco de dependência (6,6% entre os homens e 1,7% entre as mulheres). Os transtornos por uso de álcool foram a terceira causa de mortalidade por uso de bebidas alcoólicas no país.

Embora não tenha cura, tem tratamento, sendo possível recuperar a qualidade de vida. “Comecei a consumir álcool aos 12 anos e, aos 17 anos, minha relação com a bebida evoluiu para um uso intenso, crônico e prejudicial. Ingressei em Alcoólicos Anônimos aos 19 anos e não hesito em afirmar que a irmandade me presenteou com uma nova vida. Minha jornada de recuperação é um milagre cotidiano. Hoje eu amo minha vida, defino metas e prioridades, mas todos os dias relembro que o mais vital é evitar o primeiro gole. Apenas assim posso alcançar todas as outras conquistas”, conta Antonia, hoje com 26 anos e moradora do Rio de Janeiro.

Fundado em 1935 nos Estados Unidos e há 76 anos com atividades no Brasil, Alcoólicos Anônimos (A.A.) tem salvado milhões de vidas com grupos de recuperação em todo o país. Seu programa de 12 passos vem sendo estudado por pesquisadores e uma revisão sistemática de 27 estudos, publicada pela revista científica Alcohol and Alcoholism, demonstrou que o programa traz resultados tão bons quanto outras abordagens e, em alguns parâmetros, até superior. Segundo os autores, quando aplicado de maneira rigorosa, foi mais efetivo do que alguns tratamentos psicoterápicos para a promoção da abstinência e para impedir recaídas.

 

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“É interessante perceber a capacidade de permanecer abstinente quem frequenta Alcoólicos Anônimos em comparação à pessoa que participa somente de outras fontes de recursos terapêuticos. Como especialista na área das compulsões há 25 anos, sempre indico uma reunião de recuperação”, destaca Gabriela Henrique, psicóloga e vice-presidente da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos no Brasil.

Inventário de membros e grupos, realizado pela irmandade, mostrou que mais de 70% dos participantes começaram a beber na infância ou adolescência, percentual que aumenta para 88% se incluída a faixa etária dos 18 aos 20 anos. Em relação à recaída, 68% não recaíram e 52% dos participantes relataram sobriedade há mais de 10 anos.

Para quem deseja parar de beber ou quer ajudar quem tem problemas com o álcool, o A.A. do Rio de Janeiro vem ampliando sua atuação. São aproximadamente 450 grupos, sendo 250 somente na região metropolitana, cerca de 1.700 reuniões realizadas por semana. Além das reuniões presenciais, são oferecidas Linhas de Ajuda (sendo duas disponíveis pelo whatsapp), aplicativo para celular e encontros online por meio de plataformas de videoconferência.

O único requisito para tornar-se membro é o desejo de parar de beber e não há necessidade de pagar taxas nem mensalidades. Para localizar o grupo de recuperação mais próximo no Rio de Janeiro, acesse: https://www.aarj.org.br

 

Sobre Alcoólicos Anônimos no Rio de Janeiro

 

Alcoólicos Anônimos (A.A.) é uma irmandade de pessoas que compartilham entre si suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver o seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo. Seu propósito primordial é manter a sobriedade e ajudar outros alcoólicos a alcançarem o mesmo.

O único requisito para tornar-se membro é o desejo de parar de beber. No Brasil desde setembro de 1947, A.A. iniciou suas atividades no Rio de Janeiro e atualmente está presente em todos os estados do país e no Distrito Federal. No Rio de Janeiro, são aproximadamente 450 grupos de A.A., sendo 250 na região metropolitana. Para quem precisa de ajuda, é possível localizar o grupo mais próximo, acionar as Linhas de Ajuda ou baixar o aplicativo.

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