Uma em cada dez mulheres no mundo podem sofrer com a adenomiose
Redação Publicado em 06/03/2024, às 06h00
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a adenomiose - condição médica é caracterizada pela presença anormal de tecido glandular endometrial, o mesmo que reveste o interior do útero nas camadas musculares do útero - afeta aproximadamente uma a cada dez mulheres globalmente.
Entre os sintomas comuns da doença estão dor no período menstrual (dismenorreia), desconforto durante a relação íntima, dificuldade para engravidar, aumento do fluxo menstrual, inchaço abdominal, infertilidade e abortos espontâneos. Além disso, muitas mulheres diagnosticadas com a doença sentem insegurança em relação à sua capacidade de engravidar, e se essa condição pode prejudicar uma atual gestação.
A seguir, o Dr. Thiers Soares, ginecologista cirurgião especialista em endometriose, adenomiose e miomas, traz informações que podem ajudar a diminuir os riscos desses problemas, além de abordar as possíveis consequências da adenomiose em uma gravidez:
Impacto da adenomiose na fertilidade
A adenomiose pode afetar negativamente a fertilidade das mulheres, tornando a concepção mais desafiadora, devido a possíveis alterações na estrutura do útero que dificultam a implantação do embrião. Isso pode ser causado pelo aumento da inflamação uterina, tornando o ambiente menos propício para a gravidez e aumentando o risco de complicações. Embora nem todas as mulheres com adenomiose enfrentam dificuldades para engravidar, é importante avaliar cada caso individualmente para desenvolver estratégias de tratamento e realizar o desejo de ser mãe quando necessário.
Tratamento pré-concepção
Quando as mulheres enfrentam dificuldades para engravidar, os médicos muitas vezes recomendam exames de imagem, preferencialmente ressonância magnética, para avaliar a condição do útero, identificando a adenomiose e suas possíveis alterações. Com base nessa avaliação detalhada, estratégias de tratamento personalizadas podem ser desenvolvidas para aumentar as chances de gravidez bem-sucedida.
Antes de iniciar a jornada para conceber, algumas mulheres optam por tratar a adenomiose para aliviar sintomas e otimizar as condições uterinas. Opções terapêuticas incluem medicamentos para reduzir desconforto e sangramento menstrual excessivo, além de cirurgias para ressecar adenomioma ou adenomiose difusa, dependendo da gravidade da condição.
Tratamento cirúrgico
No tratamento da adenomiose, as opções cirúrgicas minimamente invasivas visam preservar a fertilidade e melhorar a qualidade de vida das pacientes. Procedimentos como cirurgia robótica, laparoscopia, histeroscopia e radiofrequência oferecem alternativas menos invasivas, com recuperação mais rápida e menor impacto no sistema reprodutivo.
A histerectomia (remoção do útero) é reservada para casos mais graves em mulheres não interessadas em engravidar, quando os sintomas são debilitantes e outras opções foram consideradas e descartadas.
Gravidez com adenomiose
Mulheres com adenomiose podem engravidar, mas devem estar cientes dos possíveis desafios durante a gestação, como maior risco de aborto devido às alterações no útero. Portanto, o acompanhamento médico e o cuidado pré-natal são essenciais para garantir a saúde da mãe e do feto.
Diversas opções de tratamento, incluindo terapias conservadoras e procedimentos minimamente invasivos podem aliviar sintomas e preservar o desejo de engravidar. Se um profissional sugerir que a gravidez não é possível, buscar uma segunda opinião é fundamental, especialmente se a histerectomia for recomendada.
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