O Ministério da Saúde defendeu recentemente a aprovação de projeto de lei que regulamenta o exercício da doula no país
Redação* Publicado em 25/06/2024, às 06h00
Com as emoções à flor da pele com a chegada de uma criança, a assistência, não apenas no aspecto médico, pode ser de grande auxílio. Medo e ansiedade são alguns dos sentimentos que as mamães podem vivenciar mesmo antes do momento do parto. E a ajuda para lidar com as emoções pode vir de uma profissional que faz o acompanhamento da nova mãe ao longo da gravidez, durante o parto e também no pós-parto, fase chamada de puerpério: a doula.
A profissão de doula é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, no Brasil, pelo Ministério da Saúde, que defendeu recentemente, em audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, a aprovação de projeto de lei que regulamenta seu exercício no País.
De acordo com informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estudos demonstram os reflexos do trabalho dessa profissional, que resulta em benefícios para a saúde da mulher. A redução no número de cesarianas chega a 50%, o tempo de trabalho de parto pode cair 25%. Os dados também indicam a influência positiva da atuação da doula quanto ao uso de substâncias sedativas. As solicitações de analgesia peridural caem 60%, o uso de analgesia peridural, 30%, e de ocitocina, para indução do parto, 40%.
Segundo a especialista na área e doula atualmente, Larissa Ferreira, a doula não deve ser confundida com uma enfermeira obstetra ou uma parteira. Ela pode ser considerada parceira de médicos e demais profissionais de saúde. “Além do suporte emocional e do conforto físico, a doula pode prestar informações e atuar como um elo de comunicação entre a gestante e sua família e a equipe de atendimento. O trabalho, que facilita um parto mais humanizado, é considerado positivo também na cesariana, não apenas no normal, colaborando para a tranquilidade da mãe e, após o nascimento do bebê, com o contato pele a pele e a amamentação”, explica.
Larissa ressalta que a confiança é um fator relevante na prestação desse serviço. Por isso, profissionais do segmento defendem que a contratação de uma doula aconteça o quanto antes, preferencialmente quando a gestante descobrir sua gravidez, para que o vínculo se estabeleça e haja a empatia necessária.
“A doula colabora no preparo para o parto, com esclarecimento de dúvidas, sugestão de leituras e exercícios, por exemplo, e no pós-parto, com orientações sobre os cuidados com o bebê. Segundo dados de estudos, o trabalho da doula favorece um bom resultado na amamentação e na interação da mãe com o recém-nascido, além de reduzir a incidência de depressão pós-parto”, finaliza Larissa.
Mortalidade materna: principais causas e ações necessárias para reduzi-la
Excesso de peso em mulheres alerta para os riscos na gravidez
Como a maternidade pode afetar a saúde mental?
Uso da inteligência artificial em casos de pré-eclâmpsia melhora desfecho de internação e tratamentos
Maternar sob pressão: a saúde mental das mulheres durante a gestação e puerpério e o burnout parental