Volta às aulas: como prevenir doenças infecciosas nas escolas?

A pediatra Dra. Vanessa Tirloni compartilha orientações sobre vacinação e hábitos de higiene para crianças para prevenir doenças

Redação Publicado em 07/02/2025, às 06h00

É comum a criança pegar viroses na escola -

O retorno às aulas é um momento esperado por pais e alunos, mas também exige atenção redobrada para prevenir doenças infectocontagiosas, que podem se espalhar facilmente em ambientes escolares. Para ajudar as famílias a cuidarem da saúde das crianças nesse período, conversamos com a pediatra e neonatologista Dra. Vanessa Tirloni (CRMSP 145400), que compartilhou orientações práticas e eficazes.

Por que o ambiente escolar é propício para doenças?

De acordo com a Dra. Vanessa, a convivência próxima entre crianças em salas de aula, corredores e refeitórios cria condições favoráveis para a disseminação de vírus e bactérias. “As crianças tendem a compartilhar materiais, brinquedos e até alimentos, além de terem menos controle sobre hábitos de higiene, o que facilita a transmissão de doenças como gripe, resfriados e infecções gastrointestinais”, explica.

Além disso, muitas crianças ainda estão com o sistema imunológico em desenvolvimento, o que aumenta a vulnerabilidade a infecções.

Principais doenças transmitidas na escola

Entre as doenças mais comuns no ambiente escolar, a pediatra destaca:
• Infecções respiratórias: Gripe, resfriado, sinusite e otite são frequentes, especialmente em períodos mais frios ou úmidos.
• Infecções gastrointestinais: Como viroses e intoxicações alimentares, que se espalham por contato com alimentos ou superfícies contaminadas.
• Doenças de pele: Como impetigo e escabiose (sarna), transmitidas pelo contato direto.

10 dicas para prevenir doenças na volta às aulas


1. Atualize a caderneta de vacinação:
“A vacinação é a principal forma de proteger as crianças contra doenças graves e reduzir a transmissão no ambiente escolar”, enfatiza a Dra. Vanessa.
2. Ensine hábitos de higiene:
Incentive as crianças a lavar as mãos com frequência, especialmente antes das refeições, após usar o banheiro e ao chegar da escola. “O uso de álcool em gel também pode ser uma alternativa prática, mas não substitui a lavagem adequada das mãos”, ressalta.
3. Evite enviar crianças doentes para a escola:
Se a criança apresentar febre, tosse intensa, diarreia ou qualquer outro sintoma infeccioso, o ideal é mantê-la em casa para evitar a transmissão.
4. Oriente sobre o uso de máscaras:
Em casos de surtos de doenças respiratórias, como gripe ou Covid-19, o uso de máscaras pode ser uma medida preventiva importante, principalmente em crianças maiores.
5. Cuide da alimentação:
Uma dieta rica em frutas, legumes, proteínas e grãos integrais ajuda a fortalecer o sistema imunológico. “Alimentos ricos em vitamina C, como laranja e kiwi, são ótimos aliados”, sugere a pediatra.
6. Evite compartilhar objetos pessoais:
Oriente a criança a não compartilhar garrafas de água, talheres, toalhas ou outros itens de uso pessoal.
7. Higienize mochilas e materiais escolares:
Limpe regularmente mochilas, lancheiras e estojos para evitar o acúmulo de germes.
8. Promova um ambiente saudável:
Garanta que a criança tenha uma boa rotina de sono e pratique atividades físicas regulares, fundamentais para manter a imunidade em alta.
9. Atenção ao transporte escolar:
Se a criança utiliza transporte coletivo ou escolar, certifique-se de que as janelas estejam abertas para garantir a ventilação.
10. Comunique-se com a escola:
Informe a instituição sobre quaisquer problemas de saúde da criança e mantenha-se atualizado sobre medidas preventivas que a escola possa adotar.

O papel das escolas na prevenção

A Dra. Vanessa também destaca a importância das escolas na prevenção de doenças. “Cabe à instituição garantir ambientes bem ventilados, acesso a itens de higiene, como sabonete e álcool em gel, e comunicar os pais imediatamente em caso de surtos”, explica.

Além disso, é fundamental que as escolas incentivem hábitos saudáveis entre os alunos e educadores, promovendo campanhas de conscientização sobre higiene e vacinação.

 

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Conclusão: saúde em primeiro lugar

A volta às aulas é um momento de aprendizado e socialização, mas a prevenção de doenças deve ser uma prioridade. Com ações simples e coordenadas entre pais, escolas e profissionais de saúde, é possível reduzir o risco de infecções e garantir um ambiente escolar mais seguro para todos.

“Pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença na saúde das crianças e de toda a comunidade escolar. Educação e prevenção são as chaves para um ano letivo tranquilo e saudável”, conclui a Dra. Vanessa Tirloni.

Se você tiver dúvidas sobre a saúde do seu filho ou suspeitar de sintomas de doenças infecciosas, procure um pediatra para orientações e tratamento adequados.

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