Investir em leitura e escrita na educação básica é o caminho para formar profissionais capazes de pensar criticamente
Redação Publicado em 23/09/2025, às 06h00
O pensamento analítico, o pensamento criativo e a resiliência estão entre as competências mais valorizadas no mercado de trabalho, segundo o Future of Jobs Report 2025, publicado pelo Fórum Econômico Mundial. Por isso, Ana Carolina Garini, CEO da ZeroDois pela Educação, acredita que investir em educação básica não é apenas uma política social, mas uma estratégia de desenvolvimento nacional.
“Como uma criança que ainda tem dificuldade na escrita e na leitura vai ter pensamento crítico? Para termos bons profissionais no futuro, é preciso uma boa formação hoje. Afinal, a tecnologia é uma ferramenta importante, mas é o investimento em pessoas que faz empresas e governos prosperarem”, aponta Garini.
“Como uma criança que ainda tem dificuldade na escrita e na leitura vai ter pensamento crítico? Para termos bons profissionais no futuro, é preciso uma boa formação hoje. Afinal, a tecnologia é uma ferramenta importante, mas é o investimento em pessoas que faz empresas e governos prosperarem”, aponta Garini.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 44% das crianças das redes públicas no 2º ano do ensino fundamental não estão alfabetizadas. “O cérebro da criança é elástico, mas elas precisam aprender a ler e escrever até os 9 anos. Caso contrário, carregam esse déficit por toda a vida escolar”, declara a especialista.
O déficit na aprendizagem causa reflexos em toda a vida escolar. O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) apontou que 73% dos adolescentes brasileiros ficaram abaixo do nível 2 em conhecimentos matemáticos, o que significa que não conseguem realizar operações simples, como a conversão de moedas.
Além disso, o índice de jovens de 15 a 17 anos matriculados na escola em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 93,4%, abaixo da meta de 95% prevista no Plano Nacional de Educação (PNE). “Muitos saem da escola porque carregam o déficit de não terem sido alfabetizados no momento correto. Não sabem interpretar um texto ou fazer contas básicas. É um ciclo que precisamos quebrar”, afirma a CEO da ZeroDois.
A ZeroDois capta recursos com empreendedores brasileiros para investir na educação básica por ser a causa do problema. “Nosso foco é reduzir drasticamente o analfabetismo na escola pública. Se chegarmos até 2031 com a base da organização pública estruturada, como queremos, será mais fácil sanar o restante depois. É uma questão social, econômica e estratégica”, afirma a CEO.
A entidade, que quer se tornar o maior fundo de filantropia do país, prega um trabalho com gestão e acompanhamento, no longo prazo.“Queremos projetos que possam ser escaláveis. A base da educação não pode falhar no essencial, que é ensinar a pensar, argumentar, resolver problemas e colaborar. Sem isso, não há progresso”, declara Garini.
Para alcançar esses objetivos, a ZeroDois aposta em uma nova geração de filantropos. “O Brasil atrai cerca de 50% a 60% de todo o investimento de capital de risco (venture capital) da América Latina. Fundadores e investidores desse ecossistema têm uma enorme oportunidade de criar um legado duradouro ao contribuírem para a educação, mas lhes faltava uma maneira simples, estruturada e escalável de fazer isso. Agora, eles podem contar com a ZeroDois Pela Educação, conclui a CEO.
Quer incentivar este jornalismo sério e independente? Você pode patrocinar uma coluna ou o site como um todo. Escreva para contato@marianakotscho.com.br
Dicas de leitura para crianças com Estante Preta
Para celebrar a cultura afrobrasileira, Vaga Lume indica 15 livros infantis que trazem diversidade em suas páginas
Dia Nacional da Alfabetização: 5 livros para apresentar o universo das letras às crianças pequenas
Projeto estimula a leitura em comunidades indígenas na Amazônia
A neurociência no aprendizado