Fabiana Santana destaca como a escuta empática é um recurso essencial para fortalecer a parceria entre escola e família
Redação Publicado em 11/06/2025, às 06h00
Em meio aos desafios da vida escolar e das demandas familiares, a comunicação entre educadores e responsáveis muitas vezes se resume a recados breves, bilhetes no caderno e conversas rápidas nos corredores. Neste cenário, a escuta empática surge como uma abordagem fundamental para fortalecer os vínculos entre escola e família e promover um ambiente mais acolhedor e colaborativo para o desenvolvimento das crianças.
Conforme explica Fabiana Santana, assessora pedagógica do programa de educação socioemocional da SOMOS Educação, Líder em Mim, a escuta empática é uma iniciativa que busca compreender sentimentos e intenções por trás das palavras, valorizando a perspectiva do outro. “Essa ação permite uma compreensão mais profunda das experiências e sentimentos das pessoas, indo além da superfície da comunicação comum”, afirma. Segundo ela, quando educadores e responsáveis praticam essa forma de escuta, ouvindo com atenção, respeito e compreensão genuína, são criados vínculos mais fortes, capazes de transformar a experiência escolar das crianças.
Conexão que transforma
Fabiana explica que a escuta empática é uma abordagem que está alinhada ao Hábito 5: “Procure Primeiro Compreender, Depois Ser Compreendido”, do best-seller o “7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, do autor Stephen R. Covey, que norteia o programa Líder em Mim. Essa prática se diferencia da escuta comum, pois promove a compreensão profunda, a valorização e foco no outro e a presença corporal e emocional. “Na relação entre escola e família, esses elementos criam pontes, permitindo que os responsáveis se sintam parte do processo educativo e que os professores compreendam melhor o contexto dos alunos”, enfatiza a especialista. De acordo com Fabiana, essa ligação também é essencial para o bem-estar emocional dos alunos, para o fortalecimento de sua autoestima e para o desenvolvimento de competências como empatia, cooperação e autorresponsabilidade.
Práticas simples podem gerar mudanças profundas. Fabiana cita, por exemplo, as reuniões lideradas pelos alunos. Nelas, os próprios estudantes apresentam seus aprendizados e metas aos pais, com base em portfólios construídos ao longo do ano.
Quando a escuta falha, todos perdem A ausência de escuta empática pode levar a mal-entendidos, quebra de confiança e distanciamento entre a família e a escola, conforme alerta a assessora pedagógica. “As crianças podem sentir-se incompreendidas ou desvalorizadas, potencialmente afetando sua autoestima, desenvolvimento socioemocional, sua capacidade de formar relacionamentos saudáveis e compreender as próprias emoções e as dos outros”, diz Fabiana.
Por isso, a escuta empática precisa ser uma via de mão dupla. Para além da escola, cabe às famílias praticarem com os filhos e com a própria instituição de ensino. Isso inclui presença ativa nas atividades escolares, disponibilidade para conversas sem interrupções e disposição para compreender e não apenas corrigir.
Segundo Fabiana, envolver os responsáveis como parceiros no processo educativo é um dos pilares para consolidar um ambiente de aprendizagem saudável, quando pais e educadores se ouvem genuinamente, os alunos ganham uma rede mais coesa, segura e inspiradora, já que os familiares são os primeiros professores dos nossos alunos.
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