Médica oftalmologista explica a importância de levar as crianças para uma consulta nesse período
Marina Roizenblatt* Publicado em 31/07/2023, às 10h00
Estamos às vésperas do retorno às aulas, um momento que demanda uma atenção especial à saúde ocular das crianças e adolescentes. O primeiro ponto a ser destacado é: se o aluno não passou ainda por uma consulta oftalmológica no último ano, agora é a hora. E não é necessário ter uma queixa ocular especifica para agendar este retorno anual com o oftalmologista.
Outro ponto relevante: alguns acreditam que apenas aqueles alunos que usam óculos precisam desta visita médica, o que claramente é um mito. A consulta oftalmológica vai além de apenas checar o grau, o objetivo maior é checar a saúde ocular de modo amplo para garantir que a visão não seja um aspecto limitante no aprendizado do ano letivo que se inicia agora.
Mas atenção, se o aluno passou em uma consulta no último ano e, mesmo assim, a criança chegar na sala de aula e perceber que de repente passou a não mais enxergar o que a professora está escrevendo na lousa lá da frente, isso configura uma situação de alerta. A consulta com o oftalmologista deve ser agendada o quanto antes.
Entretanto, existem situações menos óbvias que demandam uma especial atenção dos pais e professores: se o aluno voltou para as aulas com um comportamento agitado, não fica sentado na carteira, se mantem desatento durante a aula ou insiste em, a todo tempo, levantar-se e aproximar-se da lousa enquanto anota a tarefa, fique atento! Estes podem ser sinais indiretos de que o estudante está precisando de óculos para melhor enxergar a sala de aula ou está com alguma outra questão oftalmológica que deve ser solucionada o quanto antes.
Devemos também lembrar que estamos aos poucos nos recuperando da pandemia do coronavírus e isto está diretamente relacionado a saúde ocular neste período de volta às aulas. Sabe-se, por exemplo, que no ano de 2020, notou-se um aumento de até três vezes na prevalência de miopia entre crianças de 6 a 8 anos, e isso pode ser explicado pelo fato de que os estudantes passaram mais tempo olhando para perto durante o pico da pandemia, principalmente para as telas digitais de computadores e celulares. Portanto, nesse momento de volta às aulas presenciais, a meta é diminuir a exposição as telas, de modo que o tempo ideal de eletrônicos para laser seja de no máximo 1 hora diária, mas quando menos, melhor.
Enfim, com a volta às aulas, deve-se redobrar o cuidado com os olhos dos estudantes, uma vez que uma boa visão está diretamente relacionada a um bom rendimento escolar. E tal ressalva se aplica inclusive aos menores que estão agora iniciando a vida escolar.
*Marina Roizenblatt é médica oftalmologista especialista em retina cirúrgica com Doutorado pela Universidade Federal de São Paulo e Postdoctoral research fellow pela Johns Hopkins University, USA
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