A Primeira Infância precisa estar em pauta, principalmente quando falamos em educação
Yolanda Basílio* Publicado em 11/11/2022, às 06h00
Os primeiros anos de vida são fundamentais para criar a base em que o bebê irá se desenvolver até chegar à vida adulta. São milhares de informações absorvidas o tempo inteiro, que servirão como estímulo para o desenvolvimento das emoções, habilidades motoras, controle de comportamento, lógica, linguagem e memória. Portanto, é de extrema importância que a criança viva diversas experiências nesta fase da vida.
As relações iniciais com os primeiros cuidadores e até mesmo com outras crianças são determinantes para o desenvolvimento pessoal. Essas ações precisam ter qualidade, baseadas tanto em atenção às necessidades físicas quanto em vínculos afetivos consistentes, comunicação, segurança e ainda oferta de boas experiências para apresentar-lhe o mundo.
Quando esse papel é assumido por uma educadora, já desde a primeira infância, além de participar ativamente dos momentos de cuidado, essa pessoa convida a criança a participar de atividades e brincadeiras que potencializam o seu desenvolvimento motor, cognitivo, sensorial e da linguagem. O ideal é que seja feito um planejamento pedagógico personalizado para cada criança e dentro dele organizar a rotina com atividades mais livres e outras um pouco mais dirigidas. Vale lembrar que as brincadeiras livres, acompanhadas de uma observação ativa e curiosa por parte da educadora, são excelentes oportunidades de aprendizado e descobertas!
Quando a gente consegue proporcionar à criança múltiplas experiências e o contato com diferentes materiais, atividades, músicas e tudo ao redor e, junto a isso, oferecer um ambiente onde ela possa explorar e investigar sem perigo e com liberdade, o resultado é uma criança que sabe seus limites ao explorar e conhecer o novo, mas ao mesmo tempo desbravadora e curiosa, algo efetivamente primordial para o desenvolvimento saudável dela.
O trabalho de uma educadora em casa nessa primeiríssima infância (a partir dos 4 meses de vida) é mais sobre confiança e possibilidades do que direcionamento. Tudo que eles precisam é de um espaço acolhedor e oportunidades para explorar e desenvolver seus próprios projetos!
Outro ponto positivo que permeia essa escolha por parte das famílias é a prevenção de doenças virais que costuma acometer fortemente crianças dessa faixa etária. Como não há a obrigatoriedade escolar entre os 4 meses e 4 anos, a ideia de ter uma profissional especializada na condução do aprendizado dos filhos, traz um certo alívio do ponto de vista de desenvolvimento de suas potências e da própria manutenção da boa saúde.
Vale lembrar que também é papel fundamental dos pais essa interação com as crianças. Para isso, deixo algumas dicas importantes. Interagir com a criança na mesma altura dela, falando devagar e, se possível, olhando nos olhos dela. Atitudes como essa favorecem o vínculo nesses momentos. O brincar junto é extremamente importante. A criança que brinca demonstra ter saúde e inteligência emocional, mais facilidade para se comunicar e maior capacidade de se relacionar com os outros. Ouvir música também é uma excelente forma de interação. A música mexe com emoções e sentimentos, relaxa, acalma e pode ainda trazer recordações e criar bons momentos junto de pessoas queridas. Além disso, por meio da música, as crianças podem treinar ritmo e coordenação motora. Alimentação equilibrada também faz parte desse ritual de desenvolvimento saudável. Essa é a fonte de energia das crianças e traz benefícios que vão desde o pique para as brincadeiras, até a melhora na capacidade de memorização. Por fim, mas não menos importante, ler histórias. Por mais que com essa idade as crianças ainda estejam começando a entender a leitura, é importante criar o hábito. O desenvolvimento adequado nesse período resulta na aquisição progressiva de habilidades nas áreas da cognição, motricidade, linguagem, socialização e expressão emocional.
*Yolanda Basílio é psicóloga e Sócia Diretora na @poppinsedu
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