A ginecologista Dra. Ligia Santos fala sobre a importância de realizar exames de rotina para prevenir o avanço do câncer de mama
Laura Kotscho* Publicado em 24/10/2022, às 06h00
Em novo vídeo para o site, a ginecologista Dra. Ligia Santos fala sobre o Outubro Rosa e a importância da concientização da sociedade, da prevenção e do tratamento precoce do câncer de mama que, segundo a doutora, é o câncer ginecológico que mais mata no mundo. Ela explica que o câncer é, na verdade, várias doenças diferentes que têm como característica a metastase, se espalhando pelo organismo.
Com o câncer de mama não é diferente, a gente fala de câncer de mama de uma maneiragenérica, mas na verdade existem diversos tipos de cânceres que vão acometer partes diferentes da mama e que podem ser menos ou mais agressivos, dependendo do tipo de câncer que surgiu naquele lugar" afirma Dra. Ligia Santos
Quando o assunto é prevenção, a doutora afirma que não é possível evitar, mas ressalta que existem alguns fatores de risco que podem causar mais ou menos propenção ao desenvolvimento da doença. Alguns desses fatores não são passíveis de prevenção, como a idade, já que o envelhecimento é acompanhado do crescimento das chances de desenvolver câncer de mama, principalmente entre mulheres que já passaram dos 50 anos de idade. Outro fator que não é possível mexer é a questão do gênero: mulheres têm mais chance de ter câncer de mama por conta da maior quantidade de tecido na região, isso faz com que os homens representemaproximadamente 1% dos casos de câncer de mama.
Além disso, há também fatores genéticos que podem estar associados ao desenvolvimento do tumor. Se a pessoa é portadora dos genes responsáveis pelo câncer de mama, chamados de BRCA 1 e 2, o seu risco aumenta.
A boa notícia é que existem fatores que podem ser manipulados para modificar as chances do desenvolvimento do câncer, relacionados às questões hormonais reprodutivas. Em mulheres que não engravidaram ou que engravidaram muito tarde, que não amamentaram, que tiveram uma menopausa muito tarde ou que tiveram a primeira menstruação muito cedo, a mama esteve exposta ao hormônio do estrogênio por muito tempo, e isso faz com que existam mais chances de desenvolver o câncer de mama.
Os fatores ambientais, ou seja, mudanças comportamentais, também interferem diminuindo ou aumentando a chance de ter câncer. Alguns exemplos negativos que podem contribuir para o aumento das chances são: o hábito de fumar, usar álcool, ser obesa, não realizar atividade física, ingerir muita carne vermelha.
De acordo com a Dra. Ligia Santos, 90% dos cânceres iniciais, detectados por diagnósticos precoces, são curáveis. Para que isso ocorra, a ginecologista ressalta dois fatores importantes, o autoexame e a mamografia.
Primeiro o autoexame, a questão do autoconhecimento é muito importante, porque se eu todo mês mexo em mim, se eu me ocnheço, se eu sei como é minha pele, se eu sei como é a minha mama, no momento em que aparecer alguma coisa diferente eu vou saber que tem alguma coisa errada, e vou procurar ajuda logo. " ressalta Dra. Ligia.
Portanto, é importante que todo mês a mulher realize um autoexame, sinta sua mama, observe a pele, veja como está a auréola, o mamilo, e se perceber algo incomum, é necessário procurar atentimento médico com urgência. Se a mulher está na faixa dos 40 ou 50 anos, é recomendado que ela já comece a pensar em uma rotina de exames para a prevenção do câncer de mama.
É relevante ressaltar que o autoexame não substitui de forma alguma a mamografia.
A mamografia pode até ser um exame que não é muito agradável, mas ela é fundamental para descobrir não só os nódulos, que são o principal sintoma do câncer de mama, mas outros que muitas vezes a gente não percebe, e que estão presentes nas lesões iniciais, como calcificações, alteração de arquitetura da mama etc. Então, a mamografia é fundamental, e pode ser feita em qualquer mulher, inclusive naquelas que usam prótese mamária" ressalta a ginecologista.
Realizar o autoexame com periodicidade e a mamografia, principalmente se a mulher já passou dos 40 anos, pode levar a um diagnóstico precoce, e, com isso, um tratamento melhor, menos muitlante e agressivo e chances reais de cura.
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*Laura Kotscho é repórter do site Mariana Kotscho
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