Nomeada de Pina Contemporânea, novo espaço da Pinacoteca integra modernidade com história, em um projeto que tem o aço como o seu principal protagonista
Redação Publicado em 04/09/2024, às 15h00
A Pinacoteca de São Paulo, o museu de arte mais antigo do Estado, inaugurou um novo espaço: a Pina Contemporânea. Com o objetivo de integrar a modernidade com a história, a nova intervenção resultou em um ambiente culturalmente rico e arquitetonicamente deslumbrante. A nova edificação, somando-se às já existentes, contribuiu para consolidar o museu como um dos maiores da América Latina, abrangendo 22.041 m² e com capacidade para receber mais de um milhão de visitantes anualmente. Nessa expansão, com área construída de 6.144 m², foram utilizadas quase 100 toneladas de aço.
A engenheira Heloisa Maringoni, responsável pelo projeto estrutural da obra, destacou os desafios e as soluções inovadoras adotadas. “O projeto da Pina integra diversos elementos estruturais com uma ousada proposta arquitetônica, que demandou a utilização de uma enorme variedade de materiais. A cobertura de madeira, por exemplo, foi escolhida para criar referências visuais ao jardim, imitando a copa e o sombreamento das árvores”, explica.
A combinação de madeira laminada colada e aço foi essencial para a sustentabilidade e funcionalidade do museu. “A utilização de sistema de vagonamento foi estrutural, viabilizando os grandes vãos”, acrescenta Heloisa, informando ainda que um dos principais pontos do projeto foi a criação de um eixo de articulação urbana, que conecta o Parque da Luz à Rua Ribeiro de Lima, reconstituindo a ideia do pátio escolar original.
“Esta praça de caráter público configura um ‘eixo urbano’, um espaço aberto que tem caráter de conexão e de estar, aos modos de uma nova praça interna”, revela a arquiteta Paula Zasnicoff, uma das responsáveis pelo projeto da Pina Contemporânea, informando ainda que a praça pública coberta e o pavilhão da Galeria Praça foram desenhados para proporcionar uma continuidade visual e física com o parque, estabelecendo uma nova experiência de visão integrada.
Para o Centro Brasileiro da Construção em Aço, a construção industrializada em aço foi essencial para reduzir o tempo de obra e o impacto de sua montagem no entorno. O CBCA entende que o uso de sistemas construtivos em aço ajudou a preservar e a realçar os bens tombados do projeto, no sentido da menor interferência com os elementos existentes do museu, tanto nas cortinas de perfis metálicos quanto na execução de pórticos para estabilizar as paredes longitudinais do edifício.
De acordo com Heloísa, a construção metálica contribui ainda com a estruturação do grande terraço sobre a praça, permitindo a liberdade dos vãos e balanços sobre duas linhas de pilares que mimetizam troncos de árvores.
A construção da Pina Contemporânea só foi possível graças a uma combinação de recursos do Governo do Estado de São Paulo, que investiu R$ 55 milhões
Paula Zasnicoff reforça ainda a importância de preservar os bens tombados durante a implantação do novo museu. “A consideração das estruturas existentes guiou a integração do novo museu com o Parque da Luz, seus acessos, sua ligação com a Pinacoteca e áreas ao redor”, diz a arquiteta. A construção de um espaço público aberto de conexão urbana foi essencial para articular os diversos volumes que constituem a Pina Contemporânea.
A criação de áreas flexíveis para exposições internas e externas foi um dos principais objetivos do programa. “Buscamos o desenho de espaços com flexibilidade e indeterminação programática para ampliar as possibilidades de exposições e de usos”, explica Paula Zasnicoff. A Galeria Praça e a Grande Galeria foram projetadas com uma lógica estrutural que permite a divisão do espaço de formas diversas, acolhendo diferentes montagens sem perder a identidade do espaço.
A construção da Pina Contemporânea foi possível graças a uma combinação de recursos do Governo do Estado de São Paulo, que investiu R$ 55 milhões, e de patrocinadores privados captados pela APAC, incluindo a contribuição de R$ 30 milhões da Família Gouvêa Telles. O projeto foi assinado pelo escritório Arquitetos Associados em parceria com Silvio Oksman, em diálogo constante com as equipes do museu. Foi concebido para integrar respeitosamente o novo edifício ao centenário Parque da Luz e aos tradicionais bairros do Bom Retiro e da Luz, criando um ambiente culturalmente rico e acolhedor para a comunidade.
A Pina Contemporânea marca uma nova era para a Pinacoteca de São Paulo, consolidando-se como um dos maiores e mais inovadores museus de arte da América Latina. A integração harmoniosa entre os novos volumes arquitetônicos e os edifícios históricos existentes, aliada às soluções sustentáveis e à criação de espaços flexíveis e acolhedores, proporciona uma experiência cultural única e memorável para todos os visitantes.
O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) é uma entidade de classe, criada em 2002, com o objetivo de ampliar a participação da construção industrializada em aço no mercado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o seu desenvolvimento tecnológico no Brasil.
O CBCA tem como gestor o Instituto Aço Brasil e não é uma entidade comercial. Para acessar os últimos dados divulgados pela entidade acesse: www.cbca-acobrasil.org.br/
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