Especialista recomenda: “quanto antes levar ao médico e conseguir o diagnóstico correto de dengue em crianças, maiores as chances de recuperação da doença"
Redação* Publicado em 04/03/2024, às 06h00
Nas primeiras semanas de 2024, o Brasil tem registrado um aumento de 170% no número de casos de dengue no país, comparado ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Especialistas alertam para a atenção e o cuidado especialmente com crianças, já que a doença pode ocorrer com maior gravidade neste público. Segundo a médica infectologista da Afya, a doutora Raíssa de Moraes, isso ocorre porque nessa faixa etária o sistema imunológico ainda não está completamente formado.
Além disso, o diagnóstico é difícil apenas pelos sinais clínicos, principalmente porque os sintomas da dengue podem ser confundidos com os de outras doenças, inclusive nas crianças. Portanto, quanto antes levar ao médico e conseguir o diagnóstico correto, maiores as chances de recuperação.
“Um bebê não conseguirá te falar o que está sentindo, então vai muito pela irritabilidade, se está mamando ou não, se está com febre ou não, se tem manchas pelo corpo. Já as crianças mais velhas podem verbalizar: se estão enjoadas, com dor abdominal, se a cabeça está doendo. O mais importante é ficar atento aos sinais de alerta: dor abdominal que não melhora, sangramento de gengiva e nariz, uma dor de cabeça forte, febre que não passa”, explica a médica.
Essa atenção e agilidade são primordiais para evitar quadros mais graves. “As crianças desidratam muito rápido. Por isso, febre e vômito persistentes são fatores que colaboram para a evolução de uma forma mais grave da doença. Pode haver também complicações bacterianas, como pneumonia”, alerta.
No entanto, ainda não há um tratamento específico para a dengue. O cuidado tem sido realizado com hidratação e controle dos sintomas, como dor e febre. É essencial ter um acompanhamento médico para analisar a evolução do quadro e averiguar se há necessidade de internação.
“De toda forma, o melhor é sempre prevenir. Para isso, precisamos evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus por meio de picada, reforçando o uso de telas nas janelas, de repelentes, eliminando recipientes e água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros. O mosquito ainda é vetor de outras enfermidades, como febre amarela, Chikungunya e Zika, que também podem ser graves para as crianças”, finaliza a doutora Raíssa de Moraes.
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