Conheça ONGs e entidades que apoiam refugiados

Indicamos algumas ONGs e nossa seleção ainda te explica como ajudá-las

Sebastião Rinaldi* Publicado em 23/09/2023, às 06h00

Veja algumas ONGs que têm exercido o papel empático voluntário -

“Nenhum ser humano é ilegal”, preza a máxima do vencedor do Nobel da Paz, Elie Wiesel, judeu norte-americano nascido na Europa, que presenciou os horrores de Auschwitz. Décadas depois, a questão diaspórica avança globalmente, permeada por um viés social. Já são mais de 110 milhões de refugiados mundo afora, de acordo com a Agência de Refugiados das Nações Unidas (Acnur). A responsabilidade deve ser atribuída a quem, muitos se perguntam. Até que a resposta para essa questão – com inúmeros remetentes – tenha o destinatário correto, diversos indivíduos e ONGs sem fins lucrativos têm exercido o papel empático do voluntariado. Algumas dessas entidades estão sempre precisando de um reforço, que pode, sim, fazer a diferença na vida dos migrantes em busca de uma vida mais digna. Fique por dentro de algumas instituições a seguir.

 

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ProMigra – Com quatro eixos de atuação (atendimento, acadêmico, advocacy e comunicação), esse projeto de extensão, gestado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, atua na promoção, conscientização e efetivação dos direitos dos migrantes na cidade de São Paulo e região metropolitana. Desde 2015 na ativa, a iniciativa promove encontros periódicos em locais alternados, como o Missão Paz e o Crai, na capital paulistana, além de realizar ações pontuais com foco em situações emergenciais, como mutirões e campanhas. O Instagram é bem ativo.

Instituto Adus – Fundado há 13 anos em São Paulo, o Adus, como ficou mais conhecido, é uma entidade sem fins lucrativos que atua com a proposta de capacitação de migrantes para viver uma vida digna no país de acolhida, por meio de frentes como pedagógicas/educacionais, trabalho e renda, além de uma orientação geral e burocrática. Há uma operação forte de atendimento, com balcões na sede (República, São Paulo), além de haver também uma escola de idiomas – intitulada Nós, o Mundo –, na qual os migrantes são os professores. Até então, foram mais de 17.000 pessoas atendidas, 950 indivíduos empregados, 5 mil alunos de português como língua de acolhimento e 65 nacionalidades apoiadas.

Abraço Cultural – Com abordagem semelhante, o Abraço Cultural é uma organização que, ao entender a importância da educação como um meio de se inserir em um novo contexto, capacita e acolhe pessoas refugiadas. Por meio de cursos oferecidos à comunidade local, gera renda e fortalece o processo de integração de migrantes vulneráveis, que atuam como professores de idiomas. Há duas sedes em funcionamento: uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro.

Missão Paz – Com mais de oito décadas olhando atentamente para migrantes e refugiados no centro de São Paulo, essa instituição, que pertence à Igreja Católica, tem eixos cruciais para acolher indivíduos nessas condições: advocacy, atendimento (incluindo aqui aulas de português, abrigo, suporte em documentação, saúde e trabalho) e um centro de estudos migratórios, do qual faz parte a revista acadêmica Travessia. Ao chegar ao endereço, na Rua do Glicério (região central), depara-se com a Igreja Nossa Senhora da Paz, onde a entidade se encontra localizada.

Atados – Não necessariamente uma ONG, essa plataforma online aproxima pessoas interessadas em voluntariar e entidades em busca de apoiadores. Além de conectar boas intenções, o Atados desenvolve projetos sociais autorais e outras iniciativas com empresas, como seminários. Com a hashtag #juntandogenteboa, pode ser uma porta de entrada interessante para quem não sabe muito bem por onde começar a jornada no terceiro setor.

IKMR – I Know My Rights – Destinada a crianças refugiadas, essa organização, com sede na Bela Vista (São Paulo), presta um atendimento mais cauteloso – inclusive na frente pedagógica – para esse público mais específico, que de fato carece de um zelo mais direcionado. Fundada em 2012, a IKMR é a única no país a se dedicar especificamente a esse grupo diaspórico.

*Sebastião Rinaldi, jornalista e professor de português no Instituto Adus

 

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