Autoestima e desafios do adolescer

Ao entrar na adolescência, as transformações começam a acontecer de modo mais acelerado. Mudanças físicas, psíquicas, variações emocionais, encontros ou desencontros sociais, novos interesses, ruptura com antigos hábitos, enfim, trata-se de uma fase particular que requer paciência, acolhimento e muita escuta dos adultos responsáveis pelos jovens adolescentes.

Recentemente, em virtude de toda a legítima preocupação que os casos de violência em escolas geraram, muito se falou sobre medidas de proteção e de segurança. Mas, aqui, quero trazer um elemento de que pouco se fala e que fará diferença na construção da personalidade: a autoestima.

A autoestima é um componente psíquico presente nas pessoas que possuem uma imagem positiva de si. E isso não é fácil e nem rápido. A construção da autoestima demanda tempo e começa lá nos primeiros meses de vida. Crianças e jovens que crescem em ambientes de apoio e com estímulos positivos são menos propensos a se envolverem em situações de violência ou uso de drogas, como indicam diversas pesquisas nesse campo.

Veja também 

• Saúde mental dos adolescentes: é preciso estar atento aos sinais
• Geração Z bebe menos álcool que as anteriores, relação familiar é um dos motivos
• Educação para alunos e professores via WhatsApp

Crescer se sentindo amado, acreditado e acolhido em suas fragilidades ajuda a formar indivíduos mais fortalecidos e com mais ferramentas internas para superar os problemas.

Para nutrir a autoestima, não basta elogiar. Nutrir a autoestima é encorajar as crianças, valorizar seus esforços, incentivar a autonomia, não fazer por elas o que elas já podem fazer sozinhas, seja amarrar um sapato ou pentear o cabelo. É estar no banco torcendo por elas na partida de futebol ou se encantar com seus desenhos. A autoestima requer confiança, diálogo e respeito, até mesmo quando elas falam que só querem ficar sozinhas.

Para fortalecer a autoestima dos filhos, nós, pais, precisamos curar as nossas feridas internas, fortalecer-nos também. É como a construção de uma casa: começa na base, leva tempo e muito esforço. Mas, sem dúvida, será um fator de enorme valor quando chegar a adolescência e seus desafios. Acreditem!

*Silvia Adrião é diretora pedagógica da Escola AB Sabin