O leite que é considerado indispensável na primeira infância, ocasiona sérios riscos para quem tem alergia a APLV
Redação Publicado em 01/06/2024, às 06h00
Distúrbios nutricionais como Intolerância à lactose e alergia à proteína do leite de vaca podem comprometer o aporte de proteínas, vitaminas e minerais na alimentação das crianças e afetar o desenvolvimento físico e neuropsicomotor. Para superar as restrições impostas por estes transtornos e assegurar o equilíbrio nutricional nesta fase de crescimento, uma das opções é introduzir na dieta alimentos à base de plantas.
“As crianças que têm alergia à proteína do leite de vaca podem sofrer com a ausência de alguns nutrientes, principalmente cálcio, magnésio e proteínas, que são responsáveis pela formação e mineralização dos ossos, e funcionamento dos nervos e músculos”, afirma o cardiologista e nutrólogo, Dr Daniel Magnoni, presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição.
A falta desses nutrientes pode ocasionar o retardo no desenvolvimento físico e neuropsicomotor. “Essa carência coloca em risco a evolução da criança, o ganho de peso, além de deixá-la mais suscetível a infecções. É importante observar as fontes de alimentos que estão sendo introduzidas para garantir uma alimentação correta”, explica Dr Magnoni.
Quem enfrenta essas restrições alimentares deve buscar orientação médica para encontrar alternativas que proporcionem um equilíbrio nutricional na dieta da criança. “As bebidas vegetais produzidas à base de castanhas, aveia, coco, entre outros itens naturais que comprovadamente fazem bem à saúde, podem ser um suplemento adequado no fornecimento dos principais minerais, cálcio, potássio, magnésio e proteína de bom valor nutricional, especialmente para os dois grupos, sejam intolerantes ou crianças alérgicas à proteína do leite”, acrescenta o nutrólogo.
Intolerância à Lactose x Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV)
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é mais comum em recém-nascidos até o primeiro ano de vida, quando o organismo da criança está em desenvolvimento e, por diversos fatores, ao entrar em contato com o leite, o corpo produz uma reação imunológica afetando o trato gastrointestinal. Já a intolerância à lactose ocorre quando o intestino não produz a enzima lactase em quantidade necessária e não é capaz de absorver o açúcar do leite.
Bebidas vegetais mais acessíveis à população
Uma pesquisa feita pelo laboratório de genética Genera¹, realizada com mais de 200 mil pessoas, identificou que mais da metade dos brasileiros apresenta predisposição para intolerância à lactose, sendo que, mundialmente, cerca de 65% da população pode ter o problema.
“A proposta da nova Cesta Básica é um passo importante para democratizar o consumo de alimentos mais saudáveis, principalmente os grupos de vegetais e oleaginosas. Agora, considero um absurdo excluir desta lista bebidas vegetais produzidas à base de castanhas, aveia, coco, entre outros itens naturais que comprovadamente fazem bem à saúde e são a principal opção de substituição para a população com alergias alimentares e intolerância ao leite de vaca”, afirma Dr Magnoni,
Segundo a Associação Base Planta, a inclusão das bebidas vegetais na Cesta Básica poderia gerar uma redução de tributos de até 40%, tornando mais acessível o consumo das famílias com crianças alérgicas e restrições alimentares. “Na grande maioria dos países desenvolvidos não há diferença de tributação entre o produto de origem animal e o produto de origem vegetal. Precisamos sensibilizar a sociedade e nossos parlamentares para que essa pauta tão relevante para a saúde dos brasileiros não seja ignorada, impactando negativamente a vida de milhões de pessoas com alergias e restrições alimentares”, acrescenta o nutrólogo.,