Ancestralidade que se faz com as mãos

A oficina MITÃ HANGA celebra a ancestralidade por meio da criação coletiva e do gesto simbólico de construir bonecas

Redação Publicado em 22/10/2025, às 06h00

Durante a oficina, cada participante poderá confeccionar sua própria bonequinha, aprendendo técnicas tradicionais - Foto: Divulgação

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O coletivo e ponto de cultura Etnocidade promove em Campinas a oficina MITÃ HANGA – Boneca de Colo, uma vivência que une memória, ancestralidade e criação coletiva. O encontro acontece diferentes locais em Campinas durante o mês de outubro.

Mais do que um brinquedo, o guarani Mbya é carregado de histórias, afetos e saberes transmitidos de geração em geração. De origem Mbya Guarani, o termo significa "pegar no colo" e remete a uma prática ancestral que convida crianças, jovens e adultos a desenvolverem brinquedos manuais a partir de materiais simples e naturais.

Durante a oficina, cada participante poderá confeccionar sua própria bonequinha, aprendendo técnicas tradicionais e compreendendo os simbolismos que fazem parte desse objeto cultural. “Cada ponto, cada detalhe, é também um ato de preservação cultural e de fortalecimento das nossas raízes coletivas”, destaca Lu Ahamy Mirim, doutora Honoris Causa, liderança indígena e guerreira do povo Guarani Mbya. Ela é atuante em várias frentes pela defesa e visibilidade das culturas originárias, sendo reconhecida pelo seu trabalho como artesã, chefe de culinária ancestral, educadora, oficineira, atriz, escritora e militante de causas indígenas. A atividade conta também com o trabalho de Awa Mbarete, guerreiro do povo Pataxó Kamakã, artesão, chefe de culinária ancestral, oficineiro palestrante e vice-diretor da Etnocidade.

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A atividade é parte do compromisso do coletivo em dar visibilidade às culturas indígenas na região de Campinas, fortalecendo vínculos comunitários e reafirmando a importância da diversidade cultural na formação das identidades brasileiras.

A oficina MITÃ HANGA será, acima de tudo, um espaço de aprendizado coletivo, encontro entre tradição e criatividade, e uma oportunidade de manter viva a força da ancestralidade por meio do gesto simples e simbólico de criar com as próprias mãos.

É importante destacar que as crianças indígenas Mbya são educadas com bases ancestrais, pertencimento, respeito, equilíbrio e fé. Quando chegam a esse existir, ela passa a fazer parte de um povo enquanto todo o povo faz parte dela, entendendo que toda a aldeia se torna responsável por ela, todos são responsáveis por educar, orientar, proteger e ensinar.

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