Especialista explica como é realizado o procedimento da histerectomia para a remoção parcial ou total do útero
Dr. Thiers Soares* Publicado em 05/07/2023, às 10h00
Algumas doenças que causam a infertilidade podem levar à remoção do útero. A cirurgia para a realização desse procedimento se chama histerectomia e só deve ser recomendada caso a paciente já tenha passado por outros tipos de tratamentos. Afinal, após a remoção do útero, as mudanças no corpo serão significativas, além de tornar nulas as chances de uma futura gravidez. De acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), a histerectomia representa a segunda cirurgia mais realizada entre mulheres em idade reprodutiva.
A histerectomia é um procedimento cirúrgico para realizar a remoção parcial ou total do útero. Desta forma, a mulher que passa por este tipo de cirurgia não poderá mais engravidar. É uma cirurgia ginecológica que pode ser realizada por via robótica, laparoscópica, laparotomia ou vaginal. Os casos mais comuns que podem levar à realização dessa cirurgia são hemorragias, infecções, adenomiose, miomas, câncer de colo do útero em estágio avançado, câncer nos ovários, além de outras doenças uterinas.
A cirurgia pode ter diferentes propostas, como a histerectomia subtotal, quando apenas a parte superior é removida, mantendo o colo do útero, e a histerectomia total, com a remoção de todo o útero e também do colo do útero. Existe ainda a histerectomia radical, que é a remoção completa do útero, dos ligamentos que envolvem o útero e a porção superior da vagina. Após entender o caso, o médico irá definir a melhor alternativa para o procedimento. A cirurgia pode ser realizada de três formas:
Histerectomia vaginal: consiste em fazer a remoção do útero pela vagina, o que evita incisões externas e não deixa cicatrizes visíveis no corpo.
Histerectomia abdominal: o útero é retirado por meio de uma pequena incisão. O tempo de recuperação é mais longo do que na histerectomia vaginal, além de possuir incisões externas e deixar cicatriz.
Histerectomia assistida por laparoscopia ou por robótica: quando a cirurgia é realizada dessa forma, o laparoscopio é inserido por meio de um pequeno corte no umbigo e outras incisões pequenas e baixas.
Assim como em toda cirurgia, a paciente deve fazer uma preparação antes de realizá-la, seguindo todas as recomendações e orientações específicas para cada caso. No pós-operatório, é previsível alguns efeitos, como dor, sangramento vaginal, desconforto para urinar e problemas digestivos (distensão abdominal e constipação).
No caso específico da histerectomia, se o útero for removido juntamente com os ovários, os sinais da menopausa vão aparecer, ou seja, a pessoa apresentará sintomas específicos dessa etapa, como ondas de calor, insônia, mudanças de humor, ansiedade, entre outros. Além disso, é possível que o médico solicite a permanência por mais tempo no hospital ou libere em menos de 24 horas.
Durante as semanas após o procedimento, é necessário descansar e fazer exercícios leves. Algumas recomendações gerais são repousar, evitar relação sexual com penetração vaginal e fazer pequenas caminhadas em casa.
*Dr. Thiers Soares é ginecologista especialista em doenças como Endometriose, Adenomiose e Miomas. Também é médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ).
Por que a infertilidade ainda é um tabu na sociedade?
Morte materna no Brasil volta ao patamar de 20 anos atrás
Diabetes gestacional: saiba mais sobre a doença que afeta 18% das gestações no Brasil
“Mulheres com HIV podem engravidar com segurança”, explicam especialistas da SBRA
Diagnóstico adequado de pré-eclâmpsia ajuda a salvar vidas de mães e seus bebês