Combatendo as hepatites virais: conscientização e prevenção cruciais
Redação* Publicado em 08/07/2024, às 06h00
As hepatites virais causam a morte de cerca de 3.500 pessoas por dia em todo o mundo. A informação é do “Relatório Global sobre Hepatites de 2024″, divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no mês de abril de 2024. Segundo a entidade, a doença é a segunda principal causa infecciosa de morte a nível mundial, com 1,3 milhões de mortes por ano, ficando atrás apenas da tuberculose. No mês de Julho temos a campanha “Julho Amarelo” que tem como objetivo a conscientização, o alerta e a luta contra a doença.
Segundo a hepatologista, Luciana Schraiber, as hepatites virais são infecções que atacam o fígado, causando sua degeneração. Os tipos mais comuns de hepatites virais no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, em menor frequência, o vírus da hepatite D e o vírus da hepatite E.
“As infecções causadas pela hepatite B e C frequentemente se tornam crônicas, podendo comprometer o fígado de forma grave, contribuindo para o desenvolvimento de câncer e para a necessidade de transplante do órgão”, explica a médica.
A especialista explica que a hepatite A é transmitida pelo contato de fezes contaminadas com a boca e tem grande relação com o consumo de alimentos ou água contaminados e baixos níveis de saneamento básico. “Pode ser prevenida com a higienização adequada das mãos, de utensílios de cozinha e com o bom cozimento dos alimentos antes de consumi-los. Também existe vacina contra a hepatite A que é a principal forma de prevenção”, explica.
A hepatite B pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação ou durante o parto e a principal forma de prevenção é a vacina, que está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para todas as pessoas não vacinadas, independentemente da idade.
A hepatologista explica que a hepatite C pode ser transmitida pelo contato com sangue contaminado, pela falha de esterilização de equipamentos médicos, odontológicos ou estéticos, por relações sexuais sem preservativos e pela transmissão de mãe para o filho durante a gestação.
“Não existe vacina contra a hepatite C e, por isso, as medidas preventivas incluem o uso de preservativos nas relações sexuais, o não compartilhamento de qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue e, no caso das gestantes, a realização do pré-natal”, finaliza a médica.
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