Vacina contra HPV deve ser aplicada em meninos e meninas a partir dos 9 anos
Redação Publicado em 24/03/2023, às 06h00
Como forma de alerta sobre a importância da vacinação ainda na adolescência e da prevenção de uma série de tumores ginecológicos causados pelo HPV – sigla em inglês para Papilomavírus Humano, a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum no mundo – este mês é atualmente conhecido como Março Lilás, o mês da conscientização e combate ao câncer de colo de útero.
Considerado o terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres, a estimativa é que para o ano de 2023 surjam 17.010 casos novos de câncer de colo de útero, o que representa um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença é causada pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV, conhecidos como “tipos oncogênicos”.
De fácil contágio, o HPV pode ser transmitido não somente pela atividade sexual sem preservativo, mas também pela manipulação dos órgãos sexuais e de outras partes do corpo contaminadas. Geralmente, o tempo de permanência do HPV depende da imunidade de cada pessoa.
De acordo com a Dra. Maria dos Anjos Neves Sampaio, ginecologista do Salomão Zoppi, marca pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, “a maioria dos tipos de HPV não vai levar ao câncer, por mais que o vírus seja precursor da doença. Por outro lado, é importante considerar que os tipos 16 e 18 de HPV são apontados como responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero detectados em todo o mundo, além de também serem indicadores de alterações no trato anogenital, (exemplo: câncer anal – 2 a 4%). Por isso, a importância do acompanhamento médico e da vacinação, seja na infância, adolescência ou durante a fase adulta - importante que a vacinação ocorra de preferência antes da atividade sexual, mas em todas as fases têm indicação e benefícios”, explica a especialista.
Por esses motivos, “quanto mais cedo a pessoa tomar a vacina, maior a chance de ela se proteger contra todos os sorotipos contra os quais a vacina protege. Crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos, por exemplo, respondem adequadamente somente a duas doses de vacina com 6 meses de intervalo. Já quem não tomou a vacina até os 15 anos de idade, precisa tomar três doses entre 15 e 45 anos de idade– a segunda dose com um ou dois meses de intervalo da primeira, e a terceira dose com 6 meses de intervalo da primeira”, explica a Dra. Maria Isabel de Moraes-Pinto, infectologista do Salomão Zoppi.
A partir da segunda semana de março, o Salomão Zoppi vai oferecer a vacina HPV nonavalente que, além de proteger contra os sorotipos 6, 11, 16 e 18, imuniza contra cinco outros sorotipos – 31, 33, 45, 52 e 58. Isso significa que a nova vacina vai acrescentar ainda mais proteção contra uma série de tipos de câncer. “Com a vacina comum (quadrivalente), a pessoa protege-se apenas contra 70% dos cânceres de colo uterino, com a nonavalente, ela estará protegida contra 90% deles. No entanto, quem já tomou a quadrivalente, não pode tomar a nova, pois o esquema vacinal precisa ser realizado com a mesma vacina”, esclarece a Dra. Maria Isabel.
Adultos que não tenham tomado a vacina podem se vacinar mesmo que já tenham tido uma infecção por HPV, afinal ainda estão suscetíveis a tipos diferentes daquele que contraíram. A pessoa que completa o esquema vacinal contra o HPV estará protegida contra verrugas genitais, que são causadas pelos sorotipos 6 e 11, como também contra câncer de colo uterino, câncer de pênis, de ânus, causados pelos sorotipos 16 e 18.
É importante frisar que todas as doses da vacina para HPV quadrivalente podem ser encontradas na rede pública e na rede privada. No entanto, no Sistema Único de Saúde, a vacinação está restrita para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.
O câncer de colo uterino está relacionado ao vírus HPV em cerca de 95% a 99% dos casos, mas existem outros fatores de risco associados, como início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, uso de hormônios, uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, tabagismo e baixa imunidade, além de HIV, hepatite B ou C, transplantes e infecções genitais, como clamídia, gonorreia e vaginite bacteriana.
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