A endocrinologista Dra. Mariana Carvalho de Oliveira explica a função do hormônio no organismo e alerta para a importância de uma suplementação adequada
Redação Publicado em 30/08/2022, às 06h00 - Atualizado às 11h16
Apesar de ser liberada para comercialização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde outubro de 2021, a melatonina, popularmente conhecida como “hormônio do sono” deve ser comprada e consumida com cautela. Segundo a endocrinologista Dra. Mariana Carvalho de Oliveira, trata-se de um produto que tem se mostrado eficaz em certos distúrbios de sono, mas que, em excesso ou horários inadequados, pode afetar o sistema cardiovascular e metabólico.
Naturalmente produzida no cérebro (especificamente na glândula pineal) a partir do triptofano e da vitamina B3, ela tem como principal função sincronizar o ritmo circadiano e regular o relógio biológico, sinalizando para o organismo que está chegando a hora de dormir.
Além de ser este “marcador de claro e escuro”, a Endocrinologista Dra. Mariana Carvalho de Oliveira explica que, alguns estudos já demonstram outros efeitos da melatonina, como auxiliar no funcionamento do metabolismo, controle alimentar e gasto energético, além de proteger contra doenças cardiovasculares e possuir algumas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Dessa forma, a falta ou problema de produção da melatonina pode ser consideravelmente prejudicial para o organismo, pois pode fazer com que a pessoa permaneça acordada quando deveria dormir (noite), ou que tenha sonolência quando deveria estar acordada (dia). “Algumas pesquisas indicam ainda que a redução ou ausência dessa substância, além de atrapalhar o sistema imunológico do indivíduo, também pode desequilibrar o metabolismo.”
A endocrinologista comenta que, assim como a perda de massa muscular e massa óssea, a queda da produção de melatonina é um processo natural da idade, se iniciando a partir dos 30 anos, com uma redução significativa a partir dos 60 anos. Porém, um dos fatores que mais influenciam essa redução é a exposição à luz azul durante a noite.
Dra Mariana explica que a "luz azul" é proveniente de aparelhos eletrônicos como celular, tablet, computador e TV e até exposições mínimas podem bloquear este hormônio.
“Os sinais luminosos entram pela retina e confundem o corpo, fazendo-o pensar que é dia e bloqueando a produção da melatonina. Existem ainda outras situações que podem interferir na sua produção, como: diabetes descompensado, uso de medicamentos como os betabloqueadores ou portadores de AVC”, explica a endocrinologista
Segundo a especialista, ter um sono de qualidade durante a noite, é fundamental para um metabolismo saudável, e isso tem bastante relação com a melatonina.
De acordo com a endocrinologista Dra. Mariana Carvalho de Oliveira a melatonina sintética tem se mostrado eficaz em certos distúrbios de sono, mas, em excesso ou horários inadequados, pode afetar o sistema cardiovascular e metabólico.
É fundamental alertar também que ainda não existe recomendação para o uso da substância com fins exclusivos de emagrecimento e que a suplementação exagerada e sem supervisão pode agravar problemas de saúde preexistentes e até mesmo bagunçar a fisiologia do ritmo circadiano diário.
“Portanto, problemas de insônia ou quaisquer outros sintomas que sinalizam uma falta de melatonina no organismo, devem ser tratados junto a um profissional especializado, associado às medidas de higiene do sono”, orienta Dra. Mariana.
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