Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson: condição afeta mais de 8 milhões de pessoas

O neurologista Gabriel Batistella explica quando a estimulação cerebral profunda pode ser necessária em casos da doença de Parkinson

Redação Publicado em 11/04/2024, às 16h00

11 de abril: dia de conscientização da doença de Parkinson -
Celebrado anualmente em 11 de abril, o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson tem como objetivo ampliar a compreensão sobre essa condição neurodegenerativa. Dados da OMS apontam que os diagnósticos da doença dobraram nos últimos 25 anos e, atualmente, mais de 8.5 milhões de pessoas lidam diariamente com a enfermidade.
 
Segundo o neurologista e neuro-oncologista Dr. Gabriel Batistella, a data de hoje é importante para informar a sociedade sobre a doença, mas também para reforçar a necessidade dos cuidados com essa parcela da população. “Em especial aqueles pacientes que já convivem com a condição há algum tempo, pois conforme os anos avançam, a enfermidade vai apresentando desafios ainda maiores”.
 
Dr. Gabriel também ressalta que um acompanhamento médico contínuo e personalizado é essencial para garantir melhor qualidade de vida e enfrentar os desafios que surgem com o progresso da doença. “À medida que os sintomas evoluem, o tratamento deve ser ajustado para atender às necessidades específicas de cada paciente. Isso pode envolver mudanças na medicação, terapias adicionais, como fisioterapia ou terapia ocupacional, e suporte psicológico”.
 

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“Trata-se de um quadro neurodegenerativo que afeta o sistema nervoso, resultando em uma variedade de sintomas motores e não motores. No início, as manifestações podem ser leves e gerenciáveis com medicamentos e terapias. No entanto, à medida que a doença progride, os sintomas tendem a se agravar e se tornar mais debilitantes”, explica o médico.

 

Quadros avançados e DBS (Deep Brain Stimulation)


Para pacientes com Parkinson em estágios avançados, os desafios podem se tornar ainda mais pronunciados. Muitas dessas pessoas enfrentam dificuldades significativas na realização de tarefas diárias simples, como andar, falar e até mesmo comer. Alguns podem ainda se tornar totalmente dependentes de cuidadores para suas necessidades básicas.

Pensando nisso, o neurologista comenta que os indivíduos que não responderem mais adequadamente à medicação, ou cujos sintomas não podem ser controlados de forma satisfatória, podem ter a estimulação cerebral profunda (conhecida como deep brain stimulation ou DBS em inglês) como uma opção de tratamento viável.

Dr. Gabriel explica que a DBS envolve a implantação de eletrodos no cérebro, que são conectados a um dispositivo semelhante a um marca-passo implantado sob a pele. O dispositivo emite impulsos elétricos para áreas específicas do cérebro, ajudando a controlar os sintomas motores da doença de Parkinson.

Este tipo de tratamento pode, inclusive, ser utilizado contra outros tipos de movimentos involuntários, dores crônicas e até mesmo determinadas doenças psiquiátricas. Contudo, Dr. Gabriel ressalta que embora a cirurgia busque reduzir os tremores e a rigidez causados pela doença, ela não impede a sua progressão, o que torna necessário um aumento da intensidade de estimulação e reavaliação dos remédios administrados ao longo do tempo.

Diante deste cenário, Batistella enfatiza a importância do diagnóstico precoce, pois quanto mais cedo a doença for descoberta, mais fácil será controlar os sintomas e adiar um possível agravamento do problema. “A jornada de gerenciamento do Parkinson é cheia de desafios, portanto, estar sempre atento as manifestações e aderir a um plano de tratamento contínuo pode ajudar os pacientes a viver com o máximo de conforto, pelo maior tempo possível”.


 


 
 
 
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