Especialista indica quando as taxas de glicose são consideradas normais, para não desenvolver a doença
Redação Publicado em 14/11/2023, às 06h00
Criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Dia Mundial da Diabetes, em 14 de novembro, tem como objetivo conscientizar a população sobre os aspectos que envolvem a doença. A médica radiologista, pós-graduada em Nutrologia e medicina funcional integrativa Dra. And Yara Gelmini, acredita que a data também se mostra uma excelente oportunidade para alertar sobre o consumo de açúcar e o papel dessa substância no desenvolvimento ou agravamento da enfermidade.
“Primeiramente, precisamos entender que quando consumimos qualquer alimento que contenha açúcar, ou seja convertido na mesma, os nossos níveis de glicose sobem e, em poucos minutos, essa substância é despejada na corrente sanguínea. Em seguida, o sangue transporta o açúcar até os órgãos, que necessitam de energia para desempenhar as suas funções. O problema começa quando ocorre um excesso dessa glicose”, diz Dra. And Yara.
A especialista explica que a taxa considerada normal se situa em torno de 90mg de glicose por 100ml de sangue, isso é, 0,9 mg/ml. Esse valor é mantido pela ação dos hormônios insulina e glucagon, logo, quando há algum desequilíbrio entre esses hormônios, seja pelo excesso do consumo calórico, ou pela qualidade dos alimentos ingeridos, a nossa insulina perde seu efeito, e iniciamos o quadro de resistência insulínica, ou mais conhecido como “pré diabetes”.
Portanto, é correto afirmar que o diabetes surge ou se agrava nas situações em que o corpo apresenta uma resposta inadequada da insulina. “No caso do diabetes tipo 2, o mais conhecido entre nós, ele é desenvolvido exclusivamente por maus hábitos alimentares, associados ou não ao sedentarismo. Vale a pena lembrar que noites mal dormidas e alguns tipos de medicamentos também podem favorecer o quadro. Já no caso dos pacientes jovens, há o diabetes tipo 1, que se condiciona a uma doença autointitulada”, explica a especialista.
A presença do diabetes, principalmente em níveis descontrolados e sem acompanhando médico, eleva o risco de condições cardíacas, como o AVC (Acidente Vascular Cerebral), por exemplo, devido ao bloqueio de vasos sanguíneos. Essa obstrução também aumenta consideravelmente as chances de o paciente contrair infecções, problemas renais e até mesmo cegueira. “Já as mulheres devem ficar especialmente atentas, pois o diabetes é um fator de risco para o câncer de mama e do colo do útero”, alerta Dra. And Yara.
Diante desse cenário, além da prática regular de atividades físicas, o ideal é maneirar no consumo de doces e do açúcar no geral, evitando bebidas açucaradas como sucos em caixa, refrigerantes, carboidratos refinados e não se esquecer que a carga glicêmica das refeições, isso é, as quantidades e as escolhas entre os grupos alimentares de gordura, proteínas e carboidratos, também conta.
A ingestão de carnes vermelhas, carnes processadas e frituras também precisa ser consideravelmente reduzida. “Lembrando que o acompanhamento médico multidisciplinar é indispensável, pois cada indivíduo é único e o impacto glicêmico dos alimentos pode variar de uma pessoa para outra”, orienta Dra. And Yara.
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