Como os avanços da medicina e da tecnologia podem contribuir com os pacientes com diagnóstico de artrose
André Grativol* Publicado em 15/07/2024, às 10h14
Reconhecida como uma doença crônica e degenerativa, a artrose pode ser entendida como o desgaste das cartilagens que revestem as extremidades ósseas, principalmente em regiões como os joelhos e quadril. Responsável por gerar uma das mais incapacitantes e dolorosas condições aos seres humanos, o único tratamento efetivo para a artrose, em casos avançados, é a substituição da articulação acometida por próteses ortopédicas.
Nos últimos tempos, entretanto, o diagnóstico e tratamento da artrose evoluiu consideravelmente. Se antes, o direcionamento dos pacientes aos procedimentos cirúrgicos era motivo de medo e insegurança, principalmente pelo longo período de recuperação, dores e resultados aquém do esperado, atualmente este cenário coleciona experiências muito mais positivas, graças às contribuições da medicina robótica.
Há pouco mais de três anos, uma série de inovações começaram a desembarcar no país, desde próteses cada vez mais avançadas, até sistemas robóticos extremamente disruptivos, considerados um verdadeiro divisor de águas no universo da ortopedia. Não é de hoje que vemos a louvável participação dessas tecnologias em diferentes tipos de procedimentos. Mas quando pensamos nas artroplastias de joelho e quadril, essa revolução é algo mais recente e sua expansão tem permitido que pacientes de diferentes regiões do país tenham acesso a esse tipo de abordagem.
Referente aos benefícios dessas cirurgias, que continuam sendo realizadas pelos médicos, mas que agora contam com o apoio dos robôs, a precisão oferecida por essas tecnologias, bem como a possibilidade de personalização de cada ato cirúrgico são, de modo geral, as principais vantagens. Essas plataformas contam com uma tecnologia integrada que capta todos os dados anatômicos do paciente e alinha as informações e imagens pré-operatórias, com a análise em tempo real, durante o ato cirúrgico. Por meio delas, é possível criar um plano de abordagem personalizado, fazer ajustes finos sobre as incisões e encaixar a prótese com bastante precisão, se compararmos com a cirurgia convencional.
Em outras palavras, as artroplastias de joelho e quadril realizadas com apoio da robótica, tornaram-se menos invasivas e otimizadas ao permitirem incisões menores, com maior preservação dos tecidos que revestem as articulações. Desta forma, com menos traumas gerados nessas regiões durante os procedimentos, temos observado recuperações otimizadas e um retorno mais breve às atividades cotidianas, com próteses estabilizadas, que têm permitido a retomada de movimentos bem próximos aos das condições anatômicas naturais dessas pessoas. Tais fatores também impactam positivamente o bem-estar emocional dos pacientes, afinal, a capacidade de se mover sem dor e a independência reconquistada são pontos cruciais para uma qualidade de vida elevada.
A parceria entre robôs e cirurgiões tem mostrado o quanto a tecnologia pode contribuir a favor da saúde e da longevidade. O que vemos hoje no universo das artroplastias de joelho e quadril nos trazem uma perspectiva extremamente positiva e disruptiva para os próximos anos. Se pensarmos que até 2020 as cirurgias robóticas voltadas à ortopedia não aconteciam no país e, atualmente, já estão presentes e operando em diferentes estados brasileiros, o futuro da reabilitação para os casos de artrose é bastante promissor.
*André Grativol é General Manager da Zimmer Biomet no Brasil
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