“Muito prazer, sou o Betinho” retrata vida do sociólogo Herbert de Souza e criação da Ação da Cidadania Contra a Fome

Com autoria de José Roberto Torero e ilustrações de Catarina Bessel, obra destaca a trajetória do Betinho para o publico infantojuvenil

Redação Publicado em 10/05/2023, às 06h00

Capa do livro "Muito prazer, sou o Betinho: a vida do sociólogo Herbert de Souza” - Foto: Divulgação

A Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida, acaba de completar trinta anos de existência. Idealizada nos anos 1990 pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a organização mobilizou o país com o propósito de resgatar 32 milhões de brasileiros da fome. Três décadas depois, o Brasil volta ao mapa da Fome, com 33 milhões de brasileiros com algum grau de insegurança alimentar, de acordo com pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Na obra “Muito prazer, sou o Betinho: a vida do sociólogo Herbert de Souza”, publicada pela Moderna, é possível conferir a história da ONG que virou um fenômeno nacional de mobilização da sociedade e até hoje realiza projetos em todo o país nas áreas de saúde, educação, cultura e geração de emprego e renda, beneficiando grupos de idosos, mulheres, crianças e jovens das comunidades.

Dividida em sete capítulos, com um texto direto, explicativo e leve, o volume conta a biografia do Betinho, voltada para o público infantojuvenil, mostra as diversas lutas que o sociólogo travou ao longo de sua vida, abordando sua história pessoal e seu envolvimento na luta por um país mais igualitário. Os leitores poderão conhecer como Betinho se tornou uma referência para muitas gerações no Brasil, ao mobilizar o país.

Com a autoria do escritor José Roberto Torero, que assume a voz do biografado e escreve o texto em primeira pessoa, e com ilustrações de Catarina Bessel, a obra conta importantes fatos como quando Betinho driblou por diversas vezes a morte. Ainda jovem, em sua cidade natal, Boicaiúva (MG), descobriu, em decorrência de um pequeno acidente, que era hemofílico, um distúrbio que impede a coagulação do sangue e requer transfusões para estancar os sangramentos. Dois de seus irmãos, o cartunista Henfil e músico Chico Mário, também sofriam da doença.

 

Veja também 

 

Desde a juventude em Minas Gerias, Betinho sempre foi muito dedicado à sua família e, desde cedo, integrou a Juventude Estudantil Católica (JEC). Cada vez mais conectado com causas sociais, Herbert avançou no campo democrático, o que o fez se aproximar das lideranças da União Nacional dos Estudantes (UNE) e que lhe renderam até um convite para a visita à União Soviética, em 1961.

As passagens dramáticas na luta pela vida e suas batalhas políticas são ponto destacadas no livro. Durante a ditadura militar, Betinho sofreu perseguição política e foi preso pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Buscou exílio em países como Chile, Uruguai, Canadá e França, até voltar ao Brasil em 1979, quando foi assinada a Lei de Anistia. Betinho se dedicou a lutar contra a miséria no Brasil até falecer, em 1997, vítima da aids, doença contraída após uma transfusão de sangue, em uma época que pouco se sabia sobre o vírus.

“Muito prazer, sou o Betinho” convida leitores das novas gerações a conhecerem a trajetória do sociólogo, que desempenhou papel tão importante no passado do país, mas que se mantém referência para o futuro que almejamos.

 

Ficha técnica:

Muito prazer, sou o Betinho

Autor: José Roberto Torero

Ilustrações: Catarina Bessel

Páginas: 72

Para mais informações sobre o livro: clique aqui

fome livro betinho Ação da Cidadania Contra a Fome Herbert de Souza

Leia mais

Discord e Twitter são denunciadas pelo Instituto Alana


Força Meninas oferece 500 vagas em capacitações gratuitas inéditas para meninas curiosas em comunidade online


Sobrevivendo ao Racismo


Em tempos digitais, entenda como despertar o interesse do público infantojuvenil pelo jornal


Dia Mundial do Livro: organização doou milhares de livros para comunidades da Amazônia