Ler pode se tornar um prazer

Ler um bom livro desenvolve a imaginação e amplia o repertório de mundo

Elody Nunes Moraes* Publicado em 21/04/2023, às 06h00

Incentivar que tal prática faça parte da vida das crianças é essencial para o seu desenvolvimento -

O contato com a literatura deve ser desenvolvido desde cedo, pois é por meio dela que podemos conhecer outros mundos, reais ou imaginários, nos aproximarmos de outras pessoas e de outras ideias, além de desenvolvermos a criatividade, o senso crítico e a afetividade.

Ler ou ouvir histórias cria condições favoráveis para as pessoas lidarem com situações cotidianas sob diferentes perspectivas. É pela linguagem que o leitor se conecta com o mundo e é por meio das histórias que as pessoas realizam descobertas e aprendizados, construindo sua identidade e sua memória.

Dessa forma, a leitura deve fazer parte da rotina de todas as pessoas, principalmente das crianças, que ainda estão construindo seu jeito de ser e constituindo sua personalidade. Para que isso aconteça, um bom hábito é tornar a leitura uma atividade diária e, no caso dos pequenos, é preciso contar com a ajuda de um adulto no começo, alguém que organize a rotina da criança de forma que os horários para praticar esporte, estudar e  brincar, convivam em harmonia com os horários para ler.

Para incentivar essa prática diária da leitura desde cedo, o livro precisa ocupar o mesmo espaço que um brinquedo ocupa na casa de uma criança, ou seja, assim como há dentro do quarto um espaço para os brinquedos,  também é preciso proporcionar um cantinho onde haja livros em que a criança possa acessar facilmente.

 

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Muitas vezes, as pessoas acabam doando grande parte dos seus livros e o hábito de ter uma biblioteca em casa, reunindo as leituras preferidas que fazem parte da nossa história, acaba se perdendo. Construir uma memória afetiva com os livros preferidos para montar uma biblioteca particular é uma boa dica para incentivar a leitura.

Também é importante que os livros sejam adequados à faixa etária. Para uma criança muito pequena, o ideal é oferecer livros mais sensoriais ou com páginas mais grossas para que, ao serem manuseados, não se rasguem ou amassem facilmente. Depois, conforme a criança vai crescendo, é preciso procurar livros que tragam temas que sejam de seu interesse, já que pode haver quem goste mais de livros com informações sobre dinossauros, enquanto outros prefiram os contos mais clássicos, com príncipes e princesas, por exemplo.

 

A experiência literária é uma educação sentimental, pois os livros se tornam conversas sobre a vida. Ao ler, o leitor se coloca no lugar das personagens, faz relações com os conhecimentos que tem mas, acima de tudo, reserva um momento para conversar com as pessoas sobre o que leu. Dessa forma, a literatura acaba contribuindo muito para a humanização, já que desperta emoções e acaba sendo tema para as conversas entre as pessoas.

Há quem afirme que não gosta de ler, mas com certeza gosta de ouvir boas histórias! Ao perceber a paixão pelas histórias, irá perceber que essas histórias estão dentro de um livro e, quando começar a se envolver com aquela história, irá perceber que também gosta de ler!

Todos nós gostamos de ler, só precisamos achar a história que nos toca…

 

*Elody Nunes Moraes é coordenadora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental Anos Iniciais do Colégio Rio Branco.

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