Inteligência Artificial em sala de aula: uma ameaça ou uma oportunidade para o desenvolvimento criativo dos alunos?

Estudos recentes avaliam a necessidade de um equilíbrio entre o pensamento independente e o uso da IA como expansor da criatividade em sala de aula

Redação* Publicado em 06/09/2024, às 06h00

É preciso falar sobre educação digital -

O uso crescente da inteligência artificial (IA) nas escolas tem gerado debates e reflexões sobre seu impacto na aprendizagem e, principalmente, na criatividade dos alunos. Críticos do tema argumentam que a AI, ao automatizar processos educativos, acaba por limitar a liberdade criativa dos jovens. No entanto, há uma perspectiva crescente que defende que, quando usada de forma adequada, a IA pode ser uma ferramenta para ampliar as capacidades criativas dos alunos, em vez de restringi-las.

A IA como facilitadora

A inteligência artificial, longe de ser um substituto da criatividade humana, pode atuar como um facilitador. Para Moacir Filho, CEO da e.ducar, uma solução educacional integral especializada em metodologias ativas e inovações pedagógicas e tecnológicas, as ferramentas de IA podem assumir tarefas repetitivas e operacionais, liberando tempo e espaço mental para que os alunos se concentrem em atividades que realmente requerem inovação e pensamento crítico. “Isso permite que os alunos dediquem mais tempo a projetos mais complexos e criativos do aprendizado, como os que envolvem resolução de problemas, planejamento estratégico ou mesmo experimentação artística”, afirma.

O equilíbrio necessário no uso da Inteligência Artificial

Embora a IA ofereça algumas vantagens, profissionais da área reforçam a necessidade de um uso equilibrado e supervisionado por educadores. A IA deve ser vista como uma ferramenta complementar que potencializa o ensino e a criatividade, mas que não substitui a orientação humana. “O verdadeiro desafio está em integrar a IA de maneira que ela complemente as capacidades humanas, sem que o desenvolvimento do pensamento criativo seja comprometido por inovações que devem ser usadas para somar, não restringir”, defende Moacir.

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O estudo “Como a inteligência artificial impacta a criatividade dos alunos?”, publicado este ano no Journal of Creativity, oferece uma perspectiva equilibrada sobre o uso da IA na educação. Em um experimento, estudantes universitários foram solicitados a fazer um brainstorming sobre usos criativos objetos do dia a dia, primeiro sem a ajuda de tecnologia e depois usando o ChatGPT. Os resultados concluíram que a IA é uma ferramenta útil de brainstorming, ajudando a gerar mais ideias e estimular o pensamento criativo.

Entretanto, também existem preocupações sobre a dependência excessiva da tecnologia. Alguns alunos avaliados relataram que, ao verem as sugestões da IA, tinham dificuldade em criar suas próprias ideias, o que pode impactar negativamente suas habilidades de pensamento criativo e autoconfiança.

Enquanto a IA pode ampliar as possibilidades criativas dos alunos, é necessário um uso cuidadoso para evitar que a tecnologia se torne uma "muleta" que prejudique o desenvolvimento de habilidades essenciais. “Ensinar os alunos a serem pensadores criativos por conta própria, antes de introduzir a IA, pode ser a chave para equilibrar os benefícios da tecnologia com o desenvolvimento humano. O desafio está em integrar essas tecnologias de forma a complementar, e não substituir, o potencial humano, garantindo que a criatividade e a tecnologia caminhem lado a lado”, conclui o CEO da e.ducar.

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