Dúvidas sobre a amamentação

A ginecologista Dra. Ligia Santos responde perguntas de internautas sobre a amamentação

Laura Kotscho* Publicado em 23/08/2022, às 06h00

Dra.Ligia Santos é ginecologista e colaboradora do site da jornalista Mariana Kotscho -

A Dra. Ligia Santos, ginecologista e colaboradora do site, respondeu a 3 perguntas de internautas sobre a saúde da mulher, confira suas dicas:

 

1) Há contraindicações para a amamentação? 

Para Dra. Ligia, é muito raro a contraindicação para amamentação, porém há algumas situações em que ela é necessária. São elas: mães portadoras do vírus HIV ou HTLV I e II, mães que tem câncer de mama e mães que têm doenças ou transtornos de comportamentos psiquiátricos que sejam muito graves. 

Há também situações temporárias em que a amamentação não é indicada. É o caso das doenças de pele, como herpes ou varicela, abcéssos mamários e no caso de uso de drogas, incluindo álcool.

Mas também existem fatores relacionados ao bebê, e aí a gente contraindica a amamentação quando o bebê tem um tipo de alteração orofacial importante, quando ele tem algum tipo de distúrbio de consciência, por exemplo, não vou amamentar um bebê que está na UTI intubado. Ou quando ele tem uma doença muito grave que impede a amamentação" ressalta a doutora

 

Para além desses casos, não há nenhuma contraindicação para amamentar. Por fim, Dra. Lígia ressalta que amamentar é muito importante e faz bem tanto para a mãe quanto para o bebê.

 

 

2) O que pode atrapalhar a amamentação?

Amamentar não é uma tarefa fácil, principalmente para as mães de primeira viagem. Por isso, Dra. Ligia Santos comenta 4 motivos que atrapalham ainda mais esse processo. 

  1. O BICO DO PEITO: Existem mulheres que têm o bico do peito mais raso, maior ou até invertido, mas independentemente da forma do mamilo, é possível fazer a amamentação. Pode ser que demore mais para que o bebê se adapte, mas ele vai conseguir.
  2. MASTITE: Amastite é uma infecção/inflamação que ocorre na mama. Entretanto, não é necessário interromper a amamentação, pois dependendo do medicamento que está sendo utilizado, é possível amamentar na mama que não foi acometida.
  3. LEITE EMPEDRADO: A dor e o inchaço da mama podem atrapalhar a amamentação, além da dificuldade da saida do leite. Nesse caso, é importante fazer movimentos circulares na mama, ou também utilizar compressas de água morna para facilitar a saída do leite
  4. MITO DO LEITE FRACO: Cada bebê tem um ritmo diferente de amamentação; seja em intervalos de 1 em 1 hora, uma longa amamentação de 40 minutos, ou até mesmo aqueles que já estão satisfeitos em 5 minutos. O seu leite é adequado para o seu bebê seja qual for o ritmo de sua amamentação, não existe leite fraco.

 

 

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3)O que é a depressão pós-parto e o baby blues? 

Após o parto ocorre a retirada da placenta. Com isso, ocorre a queda de alguns hormônios como a progesterona e o estrogênio. Essa alteração nos hormônios podem interferir no humor da puérpera, facilitando o aparecimento da depressão pós-parto e do baby blues. 

O baby blues e a depressão pós-parto consequentemente podem interferir na questão da amamentação. A mulher pode se sentir menos tendenciosa, com menos desejo de amamentar, ou com muita dificuldade para amamentar. Entretanto, alguns estudos apontam que a amamentação pode ser um fator de proteção para esse tipo de problema" aponta a doutora.

 

Portanto, se a mulher tiver condições, é importante que ela insista na amamentação, mesmo que sinta desconforto ou tristeza. 

Além disso, Dra. Ligia ressalta que depressão pós-parto e baby blues são doenças que precisam ser tratadas com acompanhamento médico. 

Não é só o cansaso, não é só as dificuldades em relação ao bebê, mas você está tendo essa tristeza, você merece ser cuidada, você precisa de tratamento. A gente está falando de uma doença, a gente não está falando de um comportamento ou uma frescura qualquer. Depressão pós-parto e baby blues têm tratamento" finaliza Dra. Ligia Santos 

 

 

 

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*Laura Kotscho é repórter do site Mariana Kotscho

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