Profissionais entre 40 e 55 anos encaram a transição de carreira como um verdadeiro renascimento pessoal
Redação Publicado em 13/09/2024, às 06h00
A busca por propósito e realização tem levado muitos brasileiros a reavaliarem suas escolhas profissionais, especialmente na faixa etária dos 40 e 50 anos. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o número de pessoas que decidiram mudar de carreira nessa fase da vida cresceu significativamente nos últimos cinco anos, acompanhando uma tendência global de transição de carreira na meia-idade.
Essa mudança não é apenas uma questão de insatisfação profissional. Segundo a médica e psicoterapeuta Dra. Michele Brito, muitas pessoas enxergam essa transição como um "resgate da alma". "Mudar de carreira nessa etapa da vida muitas vezes surge de um profundo desejo de reconexão com a essência, de viver algo que faça sentido e que esteja alinhado com valores pessoais que, por vezes, foram deixados de lado ao longo dos anos", explica Dra. Michele.
Uma pesquisa recente realizada pela consultoria Korn Ferry revelou que 58% dos profissionais brasileiros na faixa dos 40 aos 55 anos estão considerando uma mudança de carreira nos próximos cinco anos. Esse percentual é superior à média global, que se encontra em 47%. Além disso, o levantamento aponta que 35% desses profissionais já realizaram alguma transição significativa, seja para áreas completamente diferentes ou para funções que oferecem maior flexibilidade e qualidade de vida.
A transição de carreira, especialmente nessa fase, é frequentemente associada à busca por significado. No Brasil, setores como o de tecnologia, educação e saúde têm sido os mais procurados por quem decide iniciar uma nova jornada. "Muitos desses profissionais sentem que, após anos de dedicação a uma carreira, chegou o momento de fazer algo que realmente os complete, que traga um sentido mais profundo à vida", comenta Dra. Michele Brito.
Apesar dos benefícios emocionais e de propósito, a mudança de carreira na meia-idade não vem sem desafios. "Há o medo de recomeçar, de não ser aceito em um novo mercado, e até mesmo a pressão financeira. No entanto, é importante lembrar que essa transição pode ser gradual e planejada, minimizando os riscos", aconselha Dra. Michele.
Ela ainda destaca a importância do apoio psicológico durante esse processo. "A psicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa para quem está em transição. Ajuda a lidar com os medos, ansiedades e a construir uma nova identidade profissional de forma mais consciente e segura."
Para a Dra. Michele Brito, nunca é tarde para uma mudança. "Aos 40, 50 anos, as pessoas têm uma riqueza de experiências que podem ser extremamente valiosas em novas carreiras. O que parece ser um recomeço, na verdade, pode ser o início de uma fase muito mais plena e satisfatória", conclui.
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