A Síndrome PFAPA é uma condição auto inflamatória comum na infância que não atrapalha o crescimento e desenvolvimento neurológico da criança
Lara Melo* Publicado em 15/11/2025, às 06h00
A Síndrome PFAPA (Febre Periódica, Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite), é uma condição auto inflamatória, não autoimune, porque não ataca o sistema imunológico, porém tem causa genética. O início dos sintomas ocorre antes dos 5 anos de idade e eles tendem a desaparecer antes da adolescência.
Os sintomas são febre recorrente, amigdalite, aftas orais e linfonodomegalias. A PFAPA não é uma doença grave, não atrapalha o desenvolvimento neurológico, o crescimento e nem o ganho de peso da criança, mas é preciso ficar atento à temperatura corporal, já que as febres, por serem muito altas, podem provocar convulsão febril.
O diagnóstico de PFAPA é principalmente clínico, realizado pelo médico reumatologista. É baseado na observação dos sintomas através de uma série de critérios e na exclusão de outras causas de febre, afastando, também, a possibilidade de doenças como a neutropenia febril. Tendo o resultado preciso, o tratamento varia entre antitérmicos e anti-inflamatórios ou, em casos específicos, a realização da amigdalectomia, ou seja, a retiradas das amígdalas.
Atualmente, tem se falado muito em Síndrome de PFAPA porque é uma doença que provoca amigdalites de repetição e um diagnóstico errado pode levar as crianças a tomarem um grande número de antibióticos, sem necessidade. Hoje, se fala muito nos males dos antibióticos para a microbiota intestinal e a resistência bacteriana pelo uso indiscriminado desse ripo de medicação, e por isso, a importância de ficar atento.
Além dos medicamentos antitérmicos e anti-inflamatórios, é importante manter acompanhamento médico regular para monitorar a evolução da síndrome e garantir o bem-estar da criança. Alguns cuidados em casa durante os episódios de febre são importantes, como uma boa hidratação e repouso.
Características da Síndrome de PFAPA:
*Lara Melo, é reumatologista pediátrica da clínica EV Citi (São Paulo) e médica da unidade de reumatologia infantil da FMUSP.
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