A infectologista e clínica geral Ana Rachel Seni Rodrigues comenta sobre o risco de retorno de doenças já erradicadas quando a vacinação é negligenciada
Redação Publicado em 17/10/2022, às 06h00
Com o objetivo de conscientizar a população sobre a constante necessidade da imunização, o Dia Nacional da Vacinação é celebrado anualmente em 17 de outubro. Segundo a infectologista e clínica geral Dra. Ana Rachel Seni Rodrigues, as vacinas são parte fundamental e histórica para erradicação ou diminuição da incidência de uma variedade de doenças graves.
“Com a pandemia de covid-19 se tornou evidente a importância da vacinação para o controle da disseminação dos vírus, porém, as vacinas têm sido aplicadas na população há muito tempo, evitando epidemias de enfermidades como varíola, caxumba, gripe, poliomielite, rubéola, sarampo e tétano”, comenta Rodrigues.
Ainda em razão da pandemia, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu um alerta para a queda da cobertura vacinal entre crianças menores de 5 anos, desde 2015. “Por nunca terem convivido com essas doenças, muitas pessoas deixam de vacinar seus filhos julgando não ser mais uma ação necessária. Uma concepção que coloca toda a sociedade em risco, pois contribui para o retorno de enfermidades que já haviam sido erradicadas.”
Informações da Agência Brasil apontam que a poliomielite, rubéola e difteria são algumas das doenças que podem retornar devido à baixa cobertura vacinal. “A erradicação do sarampo, por exemplo, garantiu ao Brasil uma certificação de eliminação do vírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016, entretanto, em 2018 a doença voltou, levando a perda do título”, conta Dra. Ana Rachel.
Diante desse cenário, é imprescindível que a vacinação seja cada vez mais estimulada para toda a população. Segundo o Ministério da Saúde, atualmente, a rede pública de saúde disponibiliza 19 vacinas para combater cerca de 20 doenças, em diversas faixas etárias. Ainda existem outras 10 vacinas exclusivas para grupos em condições clínicas especiais, como os portadores de HIV.
“A vacinação protege não apenas quem é vacinado, mas também aqueles poucos indivíduos que não desenvolvem imunidade ou possuem contraindicações para determinados imunizantes. Ou seja, quanto mais pessoas de uma comunidade se protegerem, menor é a chance de uma doença se alastrar”, explica a especialista.
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