As vacinas salvam milhares de vidas diariamente, tanto daqueles que se imunizam, quanto aqueles à sua volta.
Dra. Mariana Fonseca* Publicado em 01/08/2022, às 08h36 - Atualizado às 14h19
Poucas intervenções em saúde revolucionaram tanto a sociedade ou salvaram tantas vidas quanto a vacinação. Difteria, tétano, meningite meningocócica e muitas outras doenças infecciosas que causavam alta morbimortalidade, sobretudo em crianças, no início do século XX, tiveram uma queda vertiginosa nas incidências no Brasil graças ao Programa Nacional de Imunizações. Estima-se que no mundo todo as vacinas evitam cerca de 6 milhões de mortes por ano.
As vacinas são tão eficientes porque protegem não apenas quem as recebe, mas toda a comunidade, incluindo indivíduos que não podem ou não querem se vacinar. Isso acontece porque quando uma porcentagem significativa da população está imunizada, reduz-se a circulação do organismo causador da doença, diminuindo consideravelmente as chances de qualquer pessoa se infectar - é a tão famosa “imunidade de rebanho”.
Nunca antes houve tanto interesse no desenvolvimento de um imunizante quanto na pandemia de COVID-19. Graças ao esforço global da comunidade científica e aos investimentos que possibilitaram as pesquisas, foram produzidas várias vacinas em tempo recorde e hoje toda a população brasileira tem fácil acesso a elas. Pesquisas já garantem segurança e eficácia no seu uso para adultos e crianças acima de 5 anos de idade, e o processo de aprovação para crianças menores já está em andamento.
Apesar da mortalidade por Covid na população infantil ser muito menor do que em adultos e idosos, é fundamental que as crianças sejam vacinadas. Isso é importante não apenas para evitar que elas tenham a doença e suas complicações a longo prazo (como a Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, por exemplo) mas também para garantir a imunidade de rebanho que protege toda a população ao redor delas, sobretudo idosos e pessoas imunodeprimidas.
Vacinação é um pacto coletivo. É quando exercemos o máximo cuidado com o outro e com a nossa comunidade. Foi graças a esse esforço conjunto que conseguimos erradicar a varíola e a poliomielite e controlar tantas outras infecções no Brasil. Se cada um de nós fizer a sua parte, é possível que um dia a COVID-19 entre nesta lista.
*Dra. Mariana Fonseca é médica de família, atualmente baseada em Londres, e integra a Equipe Halo, parte do projeto Verificado, da ONU. Formada na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2016, Mariana agora está se preparando para ser clínica geral, enquanto também faz mestrado em Saúde Pública na London School of Hygiene and Tropical Medicine. Um dos principais interesses de Mariana é a promoção e comunicação da saúde, com foco especial nas determinantes sociais.
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