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Coração de mulher na menopausa exige atenção redobrada

Após a queda do estrogênio, o coração de mulher na menopausa exige atenção redobrada, já que aumentam os riscos de doenças cardiovasculares

Dra. Laura Gusman* Publicado em 22/09/2025, às 06h00

Mulher na menopausa
Menopausa exige atenção redobrada com o coração - Foto: Canva Pro

A menopausa marca uma transição significativa na vida da mulher, não apenas em aspectos hormonais, mas também em relação à saúde cardiovascular. Estudos indicam que, após essa fase, a prevalência de doenças cardiovasculares e a taxa de mortalidade por essas condições aumentam de forma expressiva. Vale destacar que, nos casos de menopausa precoce, quando ocorre antes dos 40 anos, o impacto sobre o coração pode ser ainda mais prejudicial, pois a perda do efeito protetor do estrogênio acontece mais cedo, aumentando os riscos em longo prazo.

Durante a menopausa, a queda do estrogênio, hormônio protetor do coração, provoca alterações que fragilizam o sistema cardiovascular: aumento do colesterol ruim (LDL) e queda do colesterol bom (HDL), maior tendência de resistência à insulina e diabetes, alterações na pressão arterial e mudança na elasticidade das artérias. Somados a fatores de risco como tabagismo, sedentarismo e histórico familiar, esses elementos elevam de forma significativa a chance de doenças cardiovasculares, tornando indispensável o acompanhamento médico regular.

Mulheres na menopausa podem apresentar sinais de maior risco cardiovascular que muitas vezes passam despercebidos. O cansaço excessivo, caracterizado por uma fadiga sem causa aparente; a falta de ar durante atividades simples do dia a dia; palpitações, que se manifestam como batimentos cardíacos irregulares ou acelerados; e a dor no peito, um desconforto torácico que pode ser confundido com outros problemas de saúde, estão entre os sinais de alerta. Diante desses sintomas, é fundamental buscar avaliação médica para garantir um diagnóstico preciso e seguro.

Veja tembém

Adotar hábitos saudáveis é uma das formas mais eficazes de reduzir o risco cardiovascular durante a menopausa. Uma alimentação balanceada, com prioridade para frutas, vegetais e grãos integrais, associada à redução do consumo de gorduras saturadas, contribui para manter o coração protegido. A prática regular de atividade física — pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana — ajuda a controlar o peso corporal e manter o índice de massa corporal dentro da faixa saudável. Também é essencial realizar exames periódicos para monitorar a pressão arterial e os níveis de colesterol, além de evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool

Em alguns casos, determinadas mulheres podem se beneficiar da reposição hormonal. Quando bem indicada e acompanhada por um especialista, ela pode auxiliar na preservação da saúde cardiovascular, além de contribuir para a melhora de sintomas que impactam diretamente a qualidade de vida.

A menopausa representa uma fase de mudanças profundas na saúde da mulher, especialmente em relação ao risco cardiovascular. Estar atenta a esses riscos e adotar medidas preventivas é essencial para proteger o coração. A conscientização, aliada a hábitos saudáveis, acompanhamento médico regular e, quando indicada, reposição hormonal, constitui a chave para atravessar essa fase com mais segurança, vitalidade e longevidade.

*Dra. Laura Gusman é médica ginecologista, com 20 anos de experiência, tem residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Instituto Fernandes Figueira. Possui título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia, título de especialista em Mamografia e pós-graduação em Alergologia e Imunologia. Atua com foco na saúde da mulher e menopausa, unindo ciência, tecnologia para promover bem-estar em todas as fases da vida.

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