Nova edição de prestigiado romance do escritor Ricardo Guilherme Dicke, que retrata um Brasil pouco mostrado nos livros, resgata a brilhante obra do autor
Redação Publicado em 05/02/2024, às 17h00
A obra do genial Ricardo Guilherme Dicke retorna às livrarias com a nova edição de Madona dos Páramos, pelo grupo editorial Record, seu mais poderoso romance, quarenta anos depois de seu lançamento e dezesseis anos após a morte do autor.
Ao longo de sua carreira, muito prestigiada pela crítica mas pouco reconhecida pelo público, Dicke ganhou diversos prêmios literários, entre eles o Prêmio Ficção de Brasília e o Prêmio Remington de Prosa e Poesia, e recebeu menção honrosa do Prêmio Walmap, tendo como jurados Antonio Olinto, Guimarães Rosa e Jorge Amado. O romance retrata o sertão mato-grossense, região do país pouco vista na literatura brasileira.
Madona dos páramos conta a história de doze foragidos que cavalgam pelo sertão do centro-oeste brasileiro em busca da terra da Figueira-Mãe, onde os aguardariam o bem-estar e a justiça. Entre eles, uma mulher, a moça sem nome, arrebatada do lar e de sua família à força, alvo do desejo geral. Todos eles em uma batalha contra o clima e a geografia inóspitos, reflexo também de suas personalidades.
A riqueza do trabalho de linguagem executado por Ricardo Guilherme Dicke é absolutamente inconfundível, tornando-o um dos grandes estilistas da língua portuguesa na segunda metade do século XX.
Publicado em 1982, até hoje é peça fundamental na vasta trajetória literária de Dicke, nascido na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. Ele escreve sobre um sertão que pouco se manifesta na literatura brasileira que conhecemos; não é o do Nordeste ou o de Minas Gerais, sobre o qual estamos mais acostumados a ler.
Também não é sobre um lugar que reduz a condição humana, como bem disse Rodrigo Simon de Moraes – grande estudioso das obras do autor e quem assina o prefácio desta edição –, mas sim sobre um espaço que a amplia e que retrata a natureza como um “veículo privilegiado para um reencatamento do mundo, um sagrado que irá permitir estar aquém e além do tempo e, assim, superar a dicotomia entre a vida e a morte”.
Com esta nova edição do romance que ganhou o Prêmio Ficção de Brasília de 1981, Ricardo Guilherme Dicke volta ao merecido lugar de destaque na literatura brasileira.
“Um escritor que me comove até a medula é o Ricardo Guilherme Dicke. Eu o considero dono de uma linguagem excepcional, belíssima. Madona dos páramos é uma obra-prima.” – Hilda Hilst
“Grande oportunidade de (re)descoberta de Ricardo Guilherme Dicke e de sua literatura ferozmente original.” – Marçal Aquino
“Gênio que viveu recluso.” – Ignácio de Loyola Brandão
“O injustamente desconhecido Ricardo Guilherme Dicke.” – Joca Reiners Terron
“Profundo conhecedor de literatura, faz de seu ofício um aprimoramento da arte criativa com a palavra.” – Madalena Machado, Universidade do Estado de Mato Grosso
Ricardo Guilherme Dicke nasceu em 16 de outubro de 1936, em Raizama, no município da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. No começo da década de 1960, escreveu seu primeiro romance, Caminhos de sol e lua. Em 1968, publicou seu segundo romance, Deus de Caim, que recebeu menção honrosa do Prêmio Walmap, tendo como jurados Antonio Olinto, Guimarães Rosa e Jorge Amado. Em 1977, ganhou o Prêmio Remington de Prosa e Poesia com o romance Caieira, publicado no ano seguinte pela editora Francisco Alves. Em 1981, ganhou o Prêmio Ficção de Brasília com o romance Madona dos páramos. Morreu em 9 de julho de 2008, em cuiabá.
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