Médica alerta que, muitas vezes, a candidíase é a ponta do iceberg para mostrar uma série de outros problemas de saúde
Redação Publicado em 11/07/2023, às 10h00
A candidíase vaginal é uma infecção ginecológica muito comum nas mulheres. Causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida albicans, tem como sintomas o corrimento esbranquiçado ou amarelo esverdeado, ardência, coceira intensa e inchaço ou vermelhidão na vulva. Segundo a Dra. Mari Neide Ausani, ginecologista membro da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), a doença é bastante incômoda e deve ser combatida em sua causa.
“Muitas vezes, a candidíase é a ponta do iceberg para mostrar uma série de outros problemas de saúde. É preciso entender o que está acontecendo com o nosso corpo, caso contrário a doença pode voltar na primeira oportunidade”, revela a médica.
Segundo Dra. Mari, para entender como a candidíase ocorre, é preciso conhecer como é o ecossistema dentro da vagina. “Ela possui lactobacilos e secreções vaginais que protegem a mulher das vulvovaginites. Quando há uma agressão ao nosso ecossistema vaginal, o epitélio que reveste a vagina vai descamar em forma de secreção sebácea. Essa produção é fisiológica: nosso corpo está pedindo socorro para que busquemos um equilíbrio desse ecossistema. E quando não conseguimos isso, abrimos espaço para vulvovaginites, como é o caso da candidíase”, explica a médica.
Muitas vezes, diz ela, não se trata de um episódio isolado, mas sim de uma doença recorrente difícil de tratar, uma vez que ela não é combatida em sua causa. Por isso, Dra. Mari ressalta que o contexto é muito importante para saber qual o tratamento mais eficaz.
“Precisamos pensar o que, em nosso cotidiano, aumenta a predisposição da paciente em desenvolver a candidíase. Pode ser, por exemplo, uma dieta inflamatória, muito rica em açúcar refinado, uso de anticoncepcional e de espermicidas, uso de DIU e algumas predisposições genéticas”, aponta.
Ela conta que o aumento da quantidade de fungos do tipo Candida pode ser causado por vários fatores: alterações hormonais, estresse, uso de antibióticos, enfraquecimento do sistema imunológico devido a outras doenças, uso de roupa íntima sintética ou muito apertada, doenças autoimunes e até maus hábitos de higiene.
De acordo com a especialista, a paciente precisa procurar ajuda médica para passar por um exame clínico ou até testes específicos. “O tratamento da candidíase é sempre indicado pelo ginecologista, que pode receitar o uso de antifúngicos, na forma de pomadas, óvulos vaginais ou comprimidos, por exemplo”, reforça a médica.
A AMCR – Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil – é uma entidade sem fins lucrativos, suprapartidária. Fundada em março de 2021, pela médica ginecologista, Prof. Dra. Marise Samama, possui 47 associadas, pós-graduadas da área da saúde, distribuídas em todas as regiões do Brasil. A associação é fruto da vontade dessas mulheres (cientistas, médicas, biomédicas e profissionais de saúde), que defendem a igualdade de oportunidade entre gêneros, reconhecimento e valorização da mulher e da ciência e atuação das mulheres nas áreas de saúde feminina e Reprodução Humana. Para saber mais informações, acesse o site.
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