Geriatra especialista em cuidados paliativo destaca como o entendimento dessa ligação pode proporcionar melhores tratamentos
Redação Publicado em 29/05/2023, às 13h00
Celebrado anualmente em 29 de maio, o Dia Mundial da Saúde Digestiva tem como objetivo orientar a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças intestinais, condições que podem originar uma variedade de alterações no corpo humano. Recentemente, um estudo publicado na revista Communications Biology detectou, inclusive, um elo genético entre o Alzheimer e os distúrbios do intestino.
De acordo com a geriatra especialista em cuidados paliativos Dra. Maria Carolyna Fonseca Batista Arbex, a pesquisa chama atenção para a complexidade de fatores ligados ao aparecimento do Alzheimer, identificando novos aspectos de investigação, que podem até mesmo possibilitar um diagnóstico mais precoce, tanto para a demência, quanto para os problemas intestinais.
“Não é a primeira vez que um estudo aponta a relação entre o Alzheimer e a saúde gastrointestinal, contudo, a publicação traz algumas explicações inéditas. Os pacientes têm genes em comum, com o colesterol possuindo um papel crucial, já que níveis anormais da substância no organismo mostraram ser um risco compartilhado para ambas as condições”, diz a geriatra.
Pesquisadores responsáveis pelo estudo também relataram evidências de que o colesterol alto pode provocar uma maior inflamação e uma vez presente no sistema nervoso central, resultar em um metabolismo anormal do colesterol no cérebro.
“A presença do lipídio nessa área do corpo é comumente associada a degeneração e comprometimento cognitivo, aspectos comuns das demências. Há ainda indícios de que níveis anormais de colesterol no sangue podem ter origem ou agravo vindo de bactérias intestinais”, diz Dra. Maria Carolyna.
Diante desse cenário, embora defenda a necessidade e a importância de ainda mais estudos sobre os mecanismos entre as duas condições, a especialista em cuidados paliativos destaca a relevância de descobertas científicas como essa.
“São quadros complexos, que demandam ampla investigação e um estudo individualizado de cada paciente, porém, entender as características comuns do Alzheimer e dos distúrbios gastrointestinais pode proporcionar o desenvolvimento de melhores e mais eficientes tratamentos para ambos os casos. Cada novo estudo representa caminhos inéditos que a comunidade médica pode seguir”, diz Dra. Maria Carolyna.
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