Estigma de que pessoas com obesidade são culpadas pelo excesso de peso deve ser combatido

O cirurgião Dr. Diogo Balestra explica as principais causas para a obesidade e formas de reverter a situação

Redação Publicado em 21/05/2023, às 06h00

É importante que o paciente sempre busque acompanhamento médico junto a uma equipe multidisciplinar -

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas. Já no Brasil, mais da metade dos adultos (60,3%) apresenta algum nível de excesso de peso, com prevalência maior no público feminino (62,6%) do que no masculino (57,5%). Segundo o cirurgião bariátrico Dr. Diogo Balestra, o tema precisa ser constantemente discutido, porém, é preciso evitar o estigma de que essas pessoas sejam as culpadas pela própria condição.

“Geralmente composta por uma série de comportamentos negativos, a ideia de que indivíduos obesos sejam responsáveis pelo seu excesso de peso pode levar à marginalização em grupos sociais, além de causar prejuízos emocionais e complicações para a saúde. A obesidade retém várias causas que vão além da falta de exercícios e maus hábitos alimentares, como o histórico familiar, transtornos psicológicos e doenças subjacentes”, diz Dr. Diogo.

 

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O especialista destaca ainda alguns julgamentos comumente proferidos contra obesos que devem ser evitados. “É comum que essa parcela da população ouça que basta apenas ‘comer menos’ ou ‘ter menos preguiça de praticar atividades físicas’ para que possam emagrecer. Comentários que desconhecem (ou ignoram) não apenas as características únicas de cada pessoa, mas também evidências científicas sobre a obesidade.”

Diante desse cenário, o cirurgião orienta que por se tratar de questões de saúde com causas multifatoriais, o paciente sempre busque acompanhamento médico junto a uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de reduzir os impactos do problema. “Assim, é possível alinhar comportamentos e técnicas que garantam melhor alimentação, condicionamento físico, controle de doenças adjacentes e aspectos emocionais que envolvam o quadro.”

Já nos casos mais graves, com presença de IMC (Índice de Massa Corporal) superior a 40, ou números superiores a 35, mas com presença de doenças atribuídas à obesidade, a bariátrica costuma se tornar a única maneira efetiva da pessoa perder peso. “Lembrando, porém, que a intervenção deve ser tida como última opção no tratamento da obesidade, nunca como um procedimento estético. O objetivo, tanto na cirurgia, quanto nos demais métodos terapêuticos, sempre deverá ser a busca por mais qualidade de vida e controle das doenças associadas”, diz Balestra.

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