Segundo estudo, 51% das mulheres americanas estão com sobrepeso ou obesas quando engravidam. Quais os riscos?
Redação Publicado em 08/02/2024, às 06h00
A obesidade feminina tem se tornado uma preocupação crescente de saúde pública, já que 62,6% das mulheres brasileiras estão obesas ou com excesso de peso, segundo os últimos dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).
Ainda, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é um dos problemas de saúde mais graves hoje em dia. Projeções indicam que, até o ano de 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos globalmente estarão enfrentando excesso de peso, enquanto 700 milhões desses indivíduos serão diagnosticados como obesos.
Ao considerar a doença e seus riscos pré-gravidez, a ginecologista Dra. Silvia Joly, médica associada à Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), comenta: “A obesidade diminui a fertilidade da mulher, especialmente na qualidade dos óvulos. Mesmo as obesas sem alteração de ciclo menstrual de ovulação também têm uma redução na vida fértil”.
A busca pelo sonho da concepção muitas vezes envolve cuidados prévios, como a adoção de hábitos de vida saudáveis e a atenção a fatores de risco. O excesso de peso pode afetar negativamente a resposta ovariana também aos tratamentos de reprodução assistida.
“O principal risco que a obesidade traz durante a gravidez é a falha de preparação do endométrio para receber o embrião”, diz a ginecologista. “A placenta, que também acaba apresentando falhas, aumenta o risco de aborto, parto prematuro, hipertensão gestacional, diabete gestacional, entre outros”, complementa Silvia.
A médica ainda afirma que uma das dificuldades é também na hora do ultrassom. Devido a uma parede abdominal mais espessa, há uma dificuldade na visualização dos órgãos fetais.
“Segundo um estudo norte-americano, 51% das mulheres americanas estão com sobrepeso ou obesas quando engravidam. Isso é um problema urgente, já que além de problemas na gestação, mulheres com essas características podem estar mais propícias a ter câncer ginecológico, diabetes tipo II, hipertensão arterial, artrose, refluxo gástrico, apneia do sono e cálculos na vesícula biliar”, finaliza a Dra. Silvia Joly.
Sobre a Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR)
A AMCR – Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil – é uma entidade sem fins lucrativos, suprapartidária. Fundada em março de 2021, pela médica ginecologista, Prof. Dra. Marise Samama, possui 47 associadas, pós-graduadas da área da saúde, distribuídas em todas as regiões do Brasil. A associação é fruto da vontade dessas mulheres (cientistas, médicas, biomédicas e profissionais de saúde), que defendem a igualdade de oportunidade entre gêneros, reconhecimento e valorização da mulher e da ciência e atuação das mulheres nas áreas de saúde feminina e Reprodução Humana. Para saber mais informações, acesse o site.
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